Contraceptivos de barreira

PorFrances E. Casey, MD, MPH, Virginia Commonwealth University Medical Center
Revisado/Corrigido: ago. 2023
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Fatos rápidos

Contraceptivos de barreira bloqueiam fisicamente o acesso dos espermatozoides ao útero. Eles incluem preservativos, diafragmas, capuzes cervicais, géis contraceptivos, esponjas contraceptivas e espermicidas (em espuma, creme e supositórios). Esses tipos de contraceptivo devem ser usados pela mulher ou pelo parceiro toda vez que tiverem relações sexuais.

Bloqueio do acesso: Contraceptivos de barreira

Os contraceptivos de barreira impedem a entrada do esperma no útero. Eles incluem preservativo, diafragma, capuz cervical e esponja contraceptiva. Alguns preservativos contêm espermicidas. Os espermicidas devem ser utilizados com os preservativos e outros contraceptivos de barreira que não os contenham.

Preservativos

Os preservativos feitos de látex são os únicos contraceptivos que oferecem proteção contra todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) comuns, tanto as causadas por bactérias (por exemplo, a gonorreia e a sífilis) quanto as causadas por vírus (por exemplo, o HPV [papilomavírus humano] e o HIV [vírus da imunodeficiência humana]). Os preservativos feitos de um material sintético, como poliuretano, poli-isopreno ou borracha de silicone fornecem alguma proteção, mas eles são mais finos e têm mais propensão a se romper. Os preservativos feitos de pele de cordeiro não protegem contra infecções virais, como HIV.

Um novo preservativo deve ser usado a cada vez que a pessoa tiver relações sexuais, e deve ser descartado se a sua integridade for questionável.

Durante o primeiro ano de uso dos preservativos externos (masculinos), a chance de gravidez é de aproximadamente 2% com uso perfeito (quando as instruções são seguidas à risca) e de aproximadamente 18% com o uso típico (a maneira pela qual ele é utilizado pela maioria das pessoas). A chance de gravidez com preservativos internos (femininos) durante o primeiro ano é de 5% com uso perfeito e de 21% com uso típico.

Um espermicida, que pode estar incluído no lubrificante do preservativo ou ser colocado separadamente na vagina, aumenta a eficácia dos preservativos. O espermicida deve ser reaplicado sempre que o preservativo for usado.

Você sabia que...

  • Os preservativos de látex são o único método contraceptivo que protege contra todas as doenças sexualmente transmissíveis comuns, incluindo infecção por HIV.

Os preservativos externos (masculinos) são capas protetoras finas que cobrem o pênis.

Os preservativos devem ser usados corretamente para serem eficazes. Os preservativos devem ser colocados antes da penetração. O uso correto de um preservativo externo (colocado sobre o pênis) envolve:

  • Use um novo preservativo para cada episódio de relação sexual.

  • Use um preservativo de tamanho adequado.

  • Manuseie cuidadosamente o preservativo para evitar danificá-lo com as unhas, os dentes ou outros objetos pontiagudos.

  • Coloque o preservativo depois da ereção do pênis e antes de qualquer contato genital com a parceira.

  • Determine de que forma o preservativo está enrolado colocando-o no dedo indicador e tentando desenrolá-lo suavemente, mas somente um pouco. Se ele resistir, vire-o e tente do outro lado. Depois, enrole-o novamente.

  • Coloque o preservativo enrolado na ponta do pênis ereto.

  • Tente deixar 1,3 cm na ponta do preservativo para armazenar o sêmen.

  • Com uma mão, aperte o ar preso da ponta do preservativo.

  • Se não circuncidado, puxe o prepúcio para trás antes de desenrolar o preservativo.

  • Com a outra mão, faça deslizar o preservativo sobre o pênis até a sua base e alise qualquer bolha de ar.

  • Certifique-se de que a lubrificação durante o coito é apropriada.

  • Com os preservativos de látex, use unicamente lubrificantes à base de água. Os lubrificantes à base de óleo (como a vaselina, a manteiga, o óleo mineral, os óleos de massagem, as loções corporais e o óleo de cozinha) podem enfraquecer o látex e causar a ruptura do preservativo.

  • Segure o preservativo firmemente contra a base do pênis durante a remoção para evitar que o sêmen seja derramado do preservativo.

Os preservativos externos devem ser colocados de modo que aproximadamente 1 cm da ponta fique sobrando na ponta do pênis para oferecer espaço para coletar o sêmen. Alguns já possuem um reservatório na ponta para esse fim. O pênis deve ser retirado imediatamente após a ejaculação, segurando firmemente o aro do preservativo na base do pênis para evitar que o preservativo deslize e derrame o sêmen.

O preservativo interno (feminino) é um tipo de bolsa com um anel interno e outro externo. O anel interno é inserido o máximo possível dentro da vagina (ou ânus), e o anel externo permanece de fora. Então, o pênis é cuidadosamente conduzido através do anel externo para a bolsa. Se o pênis deslizar para fora da bolsa ou se o anel interno for empurrado para dentro, o preservativo pode ser removido e recolocado sem risco de gravidez, desde que o sêmen não tenha sido liberado (ejaculado). Após a relação sexual e antes de remover o preservativo, o anel externo deve ser apertado e torcido para evitar o derramamento do sêmen. Depois disso, o preservativo deve ser removido da vagina com cuidado. Se o sêmen for derramado, os espermatozoides podem entrar na vagina e causar gravidez. O preservativo feminino deve ser colocado no máximo até oito horas antes da relação sexual.

Diafragma

O diafragma, fabricado em borracha e com a forma de uma cúpula com um aro flexível, é colocado na vagina e posicionado sobre o colo do útero. O diafragma impede que os espermatozoides entrem no útero.

Alguns diafragmas vêm em vários tamanhos e devem ser ajustados por um profissional de saúde, que também ensina à mulher como colocá-los. Se uma mulher tiver ganhado ou perdido mais de 4,5 kg, utilizado diafragma por mais de um ano, tido um filho ou sofrido um aborto, um novo ajuste precisa ser realizado, pois é possível que o tamanho e a forma da vagina tenham mudado.

Um novo tipo de diafragma está sendo considerado como tamanho único para a maioria das mulheres. Ele é feito de silicone. Os diafragmas antigos são feitos de látex. O diafragma de silicone é menos rígido e mais durável que os diafragmas antigos.

Um diafragma deve cobrir todo o colo do útero sem causar desconforto. Nem a mulher nem seu parceiro deve notar sua presença. Um creme ou gel espermicida (que mata os espermatozoides) sempre deve ser usado com um diafragma. O creme ou gel é colocado na parte interna do diafragma (o mais próximo do colo do útero) caso o diafragma seja deslocado durante a relação.

O diafragma é colocado até duas horas antes da relação sexual e deve permanecer no lugar durante, pelo menos, seis horas e provavelmente oito horas, mas nunca mais de 24 horas. Se houver mais relações sexuais enquanto o diafragma está inserido, mais creme ou gel espermicida deve ser colocado na vagina para preservar a proteção.

Diafragmas podem ser lavados e reutilizados. Uma mulher deve inspecionar o diafragma regularmente quanto a rasgos.

Durante o primeiro ano de uso do diafragma de látex, a porcentagem de mulheres que engravidam é de aproximadamente 6% com o uso perfeito e de aproximadamente 12% com o uso típico (a maneira pela qual a maioria das pessoas utiliza o método).

Capuz cervical

O capuz cervical, um copo de silicone em formato de chapéu, é colocado na vagina e posicionado sobre o colo do útero. Um capuz cervical impede a entrada dos espermatozoides no colo do útero. O capuz cervical se parece com o diafragma, mas é menor e mais rígido.

Somente um capuz cervical está disponível nos Estados Unidos. Ele vem em três tamanhos. Os profissionais de saúde determinam que tamanho a mulher deve usar com base em se ela já esteve grávida antes e se o bebê nasceu por parto normal ou por cesariana. O capuz cervical precisa ser receitado por um profissional de saúde, mas ele não precisa ser ajustado para a mulher.

Um creme ou gel espermicida sempre deve ser usado com um capuz cervical. O capuz é inserido entre 15 minutos até 40 horas antes da relação sexual e deve permanecer no lugar por, no mínimo, seis horas após a relação sexual, mas no máximo por 48 horas. Um cordão é anexado ao capuz cervical para fácil remoção. O capuz cervical pode ser lavado e reutilizado pelo período de um ano.

Durante o primeiro ano, a porcentagem de mulheres que engravidam com o uso típico é de aproximadamente 8% em mulheres que ainda não tiveram filhos. Porém, mulheres que já tiveram filhos têm maior probabilidade de engravidar usando um capuz cervical do que as que nunca tiveram filhos. O parto altera o colo do útero, tornando o ajuste seguro com um capuz menos provável.

Gel contraceptivo

O gel contraceptivo altera a acidez (pH) do pH vaginal. Essa alteração incapacita os espermatozoides e, assim, impede a fertilização do óvulo.

A porcentagem de mulheres que engravidam é de 7% com uso perfeito e de 14% com uso típico. Uma vez que a eficácia do gel contraceptivo é limitada, recomenda-se que ele seja usado juntamente com outro método contraceptivo de barreira como, por exemplo, preservativo ou diafragma.

O gel vaginal deve ser colocado na vagina no máximo uma hora antes da relação sexual e reaplicado antes de cada relação sexual.

O gel vaginal não protege de forma confiável contra infecções sexualmente transmissíveis.

Esponja contraceptiva

Uma esponja contraceptiva é uma esponja redonda em formato de travesseiro feita de poliuretano com aproximadamente 4 cm de diâmetro. A esponja é umedecida com água, dobrada e colocada profundamente na vagina, onde bloqueia a entrada dos espermatozoides no útero. A esponja também contém espermicida. Está disponível para venda livre e não precisa ser ajustada por um profissional de saúde.

A esponja pode ser colocada na vagina pela mulher até 24 horas antes da relação sexual e fornece proteção durante esse período, não importa a frequência de repetição do ato. A esponja deve ser deixada no lugar por, pelo menos, seis horas após o último episódio de relação sexual. Ela não deve ser deixada no lugar por mais de 30 horas. Em geral, nenhum dos parceiros percebe a sua presença depois de colocada.

A eficácia da esponja é menor que a do diafragma. As taxas de gravidez com o uso típico são de 12% para mulheres que nunca tiveram filhos e de 24% para mulheres que já tiveram.

Problemas relacionados ao uso são incomuns. Eles incluem reações alérgicas, secura ou irritação vaginal e dificuldade para remover a esponja.

Espermicidas

Os espermicidas são preparações que matam o espermatozoide ao contato. Estão disponíveis sob a forma de espumas, cremes, géis e supositórios e são colocados na vagina antes da relação sexual. Esses contraceptivos formam uma barreira física contra os espermatozoides ao aprisioná-los e danificá-los. Dessa forma, eles impedem a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.

A eficácia da maioria dos espermicidas é parecida. Mesmo que usem os espermicidas exatamente como indicado (uso perfeito), aproximadamente 19% das mulheres engravidam durante o primeiro ano de uso. Com o gel contraceptivo, aproximadamente 7% das mulheres engravidam se usarem o gel conforme indicado e aproximadamente 14% engravidam se o usarem da maneira que a maioria das pessoas o usa (uso típico).

Uma vez que a eficácia dos espermicidas é limitada, recomenda-se que eles sejam utilizados em conjunto com outro anticoncepcional de barreira, como um preservativo ou diafragma.

Os espermicidas devem ser colocados na vagina, no mínimo, 10 a 30 minutos e, geralmente, não mais de uma hora antes da relação sexual. Eles devem ser reaplicados toda vez que o casal tiver relações sexuais.

O uso de espermicidas várias vezes por dia pode irritar a vagina e danificar os tecidos que a revestem. Assim, os micro-organismos que causam infecções sexualmente transmissíveis (incluindo HIV) conseguem entrar mais facilmente no corpo e causar doença. Os espermicidas não protegem contra as infecções sexualmente transmissíveis.

Mais informações

O seguinte recurso em inglês pode ser útil. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. CDC: Eficácia dos preservativos: Esse site fornece informações sobre o uso correto dos preservativos masculinos e femininos e preservativos orais, a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis com o preservativo masculino e links para outros recursos.

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