Reabilitação para distúrbios da fala

PorZacharia Isaac, MD, Brigham and Women's Hospital
Revisado/Corrigido: dez. 2023
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    Os serviços de reabilitação são necessários para pessoas que perderam a capacidade de falar normalmente, muitas vezes devido a uma lesão, um acidente vascular cerebral, uma infecção, um tumor, uma cirurgia ou um distúrbio progressivo.

    Afasia

    A afasia é a perda parcial ou completa da capacidade de expressar ou compreender palavras faladas ou escritas. Ela normalmente é causada por um acidente vascular cerebral ou outra lesão cerebral que afeta o centro de linguagem no cérebro (consulte a figura Quando áreas específicas do cérebro são lesionadas).

    O objetivo da reabilitação é estabelecer os meios de comunicação mais eficientes. No caso de pessoas com um leve comprometimento, o terapeuta da fala usa um método que enfatiza as ideias e os pensamentos mais do que as palavras. Em uma comunicação básica, é frequentemente suficiente apontar um objeto ou imagem, gesticular, fazer acenos de cabeça e confiar nas expressões faciais. Para pessoas com comprometimento mais grave, uma abordagem de estímulos (repetir palavras para a pessoa) e a abordagem de estímulo programado (falar palavras e apresentar objetos que podem ser tocados ou vistos) ajudam a recuperar a capacidade de usar a linguagem. As pessoas com afasia podem usar letras ou cartões com desenhos para se comunicar.

    Os cuidadores de pessoas com afasia devem ter muita paciência e compreender a frustração da pessoa. Devem compreender também que a pessoa não está mentalmente comprometida, por isso, não se deve falar com essas pessoas em linguagem de bebê, o que seria ofensivo. Quem cuida de pessoas com afasia deve, pelo contrário, falar normalmente e, se necessário, utilizar gestos ou apontar os objetos.

    Disartria

    Disartria é a incapacidade de articular palavras normalmente porque a parte do sistema nervoso que controla os músculos usados na fala está comprometida.

    Os objetivos da reabilitação dependem da causa da disartria. Se a causa for um acidente vascular cerebral, lesão na cabeça ou cirurgia cerebral, o objetivo é restabelecer e preservar a fala. Se a disartria for leve, a repetição das palavras ou sentenças pode possibilitar que se aprenda novamente a usar os músculos faciais e a língua para a pronúncia correta. Se a disartria for grave, as pessoas podem aprender a usar um quadro de letras ou imagens, ou um dispositivo eletrônico de comunicação com um teclado e tela para visualização de mensagens.

    Se a disartria for causada por um distúrbio progressivo do sistema nervoso, tal como a esclerose lateral amiotrófica (ELA ou doença de Lou Gehrig) ou esclerose múltipla, o objetivo da terapia é manter a função da fala pelo máximo tempo possível. A pessoa aprende exercícios que aumentam o controle da boca, língua e lábios, a falar mais lentamente e a usar frases mais curtas. Um controle ruim dos músculos respiratórios pode forçar a pessoa a respirar no meio de uma frase. O planejamento da pontuação em uma frase pode ser útil. Fazer exercícios de respiração também pode ajudar, às vezes respirando através de dispositivos de assistência portáteis, que ajudam a deslocar o muco nas vias respiratórias.

    Apraxia verbal

    A apraxia verbal é a incapacidade de produzir as unidades de sons básicos da fala, devido a uma anomalia na iniciação, coordenação ou sequência dos movimentos musculares necessários para falar. A apraxia verbal é causada frequentemente por lesão cerebral, como resultado de um acidente vascular cerebral ou lesão na cabeça.

    Um terapeuta pode auxiliar a pessoa a praticar, fazendo padrões sonoros repetitivos e ensinando-a a usar a melodia e o ritmo naturais de frases comuns. Cada frase tem o seu próprio ritmo e melodia, dependendo do humor do falante. Por exemplo, “Bom dia! Tudo bem?" tem uma melodia e ritmo quando o falante está se sentindo animado, que é diferente de quando está se sentido insociável. O terapeuta estimula a pessoa com apraxia verbal a exagerar na melodia e no ritmo natural das frases. Conforme a pessoa progride, o exagero da melodia e ritmo é gradualmente reduzido.

    Se a apraxia for grave, a pessoa pode aprender a usar um quadro de letras ou imagens ou um dispositivo eletrônico de comunicação com um teclado e tela para visualização de mensagens.

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