Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP)

PorRobyn S. Klein, MD, PhD, University of Western Ontario
Revisado/Corrigido: jul. 2024
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A leucoencefalopatia multifocal progressiva é uma infecção rara do cérebro, causada pelo vírus JC (John Cunningham).

  • As pessoas com sistema imunológico enfraquecido têm mais probabilidade de contrair essa doença.

  • As pessoas podem ficar desajeitadas, ter problemas de fala e ficar parcialmente cegas e a função mental diminui rapidamente.

  • A morte geralmente ocorre em 9 meses.

  • São realizados exames de imagem da cabeça e uma punção lombar.

  • Tratar a doença que enfraqueceu o sistema imunológico pode ajudar as pessoas a viver mais

(Consulte também Considerações gerais sobre infecções no cérebro).

A leucoencefalopatia multifocal progressiva resulta de uma infecção pelo vírus JC. O vírus JC geralmente é adquirido na infância. A maioria dos adultos foi infectada com o vírus JC, mas não desenvolvem a doença.

Esse vírus parece permanecer inativo até que algo (como um sistema imunológico enfraquecido) permita que se reative e comece a multiplicar-se. Assim, a doença afeta principalmente as pessoas cujo sistema imunológico foi debilitado por uma doença (como leucemia, linfoma ou infecção terminal por HIV [AIDS]) ou por medicamentos que suprimem o sistema imunológico (imunossupressores) ou que modificam o sistema imunológico (imunomoduladores). Esses medicamentos incluem aqueles usados para evitar a rejeição de órgãos transplantados ou para tratar câncer ou doenças reumáticas sistêmicas, como lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou esclerose múltipla. Esses medicamentos incluem natalizumabe e rituximabe, que são anticorpos monoclonais, e brentuximabe vedotina, que é um agente anticâncer combinado com um anticorpo específico direcionado contra células cancerígenas.

Sintomas de LMP

O vírus de JC parece não causar nenhum sintoma, até ser reativado.

Os sintomas de LMP podem começar gradualmente e costumam piorar progressivamente. Eles variam dependendo de qual parte do cérebro está infectada.

Os primeiros sintomas podem ser falta de coordenação, fraqueza ou dificuldade para falar ou raciocinar. À medida que o distúrbio progride, muitas pessoas desenvolvem demência e ficam incapazes de falar. A visão pode ser afetada. As pessoas com LMP acabam ficando acamadas. Em casos raros, ocorrem dores de cabeça e convulsões, principalmente em pessoas com infecção terminal por HIV.

A morte é frequente entre 1 e 9 meses após o início dos sintomas, mas algumas pessoas sobrevivem durante mais tempo (aproximadamente 2 anos).

Pessoas que desenvolvem LMP enquanto tomam um medicamento que suprime o sistema imunológico (como natalizumabe) podem se recuperar com a interrupção do medicamento. No entanto, muitas continuam a ter problemas relacionados à infecção.

Diagnóstico de LMP

  • Ressonância magnética

  • Uma punção lombar

Sintomas inexplicáveis, que pioram progressivamente, em pessoas com sistema imunológico debilitado sugerem leucoencefalopatia multifocal progressiva.

É realizada uma ressonância magnética (RM) da cabeça. Geralmente, é possível detectar anomalias que sugerem o diagnóstico.

É realizada uma punção lombar (punção na coluna vertebral) para obter uma amostra do líquido cefalorraquidiano (líquido que passa pelos tecidos que cobrem o cérebro e a medula espinhal). É usada a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), que produz várias cópias de um gene, para identificar o DNA do vírus JC no líquido cefalorraquidiano.

Tratamento de LMP

  • Se a causa é um sistema imunológico enfraquecido, tratamento da causa

Nenhum tratamento para a LMP provou ser eficaz. Entretanto, se a doença que debilitou o sistema imunológico for tratada, as pessoas podem sobreviver mais. Por exemplo, se a causa for a infecção terminal por HIV, é utilizada uma terapia antirretroviral.

Se as pessoas estiverem tomando imunossupressores ou outros medicamentos que afetam o sistema imunológico (como natalizumabe), parar o medicamento pode fazer a leucoencefalopatia multifocal progressiva melhorar. Depois, utiliza-se plasmaférese para remover o medicamento do sangue, particularmente quando este for o natalizumabe (utilizado para tratar esclerose múltipla).

Pessoas tratadas com terapia antirretroviral ou que param de tomar imunossupressores podem desenvolver a síndrome inflamatória de reconstituição imune (immune reconstitution inflammatory syndrome, IRIS). Nesta doença, o sistema imunológico em recuperação inicia um ataque intenso contra o vírus de JC, o que pode piorar os sintomas temporariamente. Os corticosteroides podem ajudar a aliviá-los.

Pembrolizumabe e nivolumabe (inibidores do checkpoint imunológico) podem ajudar a diminuir os sintomas e a retardar a progressão da leucoencefalopatia multifocal progressiva, mas esses efeitos não foram confirmados.

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