Trombose do seio cavernoso é uma doença muito rara, na qual um coágulo sanguíneo (trombo) se forma no seio cavernoso (uma veia grande na base do crânio).
A trombose do seio cavernoso é geralmente causada pela disseminação de bactérias de infecções da face (incluindo a pele do nariz), órbita ou seio nasal.
Os sintomas incluem dor na cabeça e no rosto, perturbações visuais, olhos rapidamente salientes e febre alta.
O diagnóstico é baseado em sintomas e nos resultados de uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Mesmo com tratamento, a doença pode resultar em consequências graves ou ser fatal.
São administradas altas doses de antibióticos para acabar com a infecção.
O seio cavernoso é uma grande veia na base do cérebro, atrás dos olhos. Essa veia drena sangue das veias para a face. O seio cavernoso não é um dos seios cheios de ar em torno do nariz (os seios nasais).
A trombose do seio cavernoso (TSC) pode afetar os nervos cranianos que movimentam os olhos e fornecem sensação para o rosto. A TSC também pode levar a uma infecção do cérebro (encefalite) e do líquido em volta das meninges (meningite), abscesso cerebral, AVC, cegueira e a uma hipófise hipoativa (hipopituitarismo).
(Veja também Introdução às doenças da cavidade ocular.)
Causas de trombose do seio cavernoso
A trombose do seio cavernoso (TSC) tem como causa, em geral, a disseminação de bactérias (quase sempre Staphylococcus aureus) de uma infecção no rosto, dentária ou no seio nasal. A TSC pode ser causada por infecções faciais comuns, como pequenas bolhas nasais em volta de folículos capilares (furúnculos), celulite orbital ou sinusite do esfenoide ou dos seios etmoidais. Sendo a TSC uma possível complicação, o médico sempre considera séria uma infecção na área em torno do nariz até a beira dos olhos.
Sintomas de trombose do seio cavernoso
A trombose do seio cavernoso causa sintomas como
Olhos anormalmente salientes (proptose) que ocorrem ao longo de dias
Dor de cabeça intensa
Dor ou dormência facial
Movimentos oculares comprometidos (oftalmoplegia) com visão dupla
Pupilas excessivamente dilatadas ou desiguais
Perda de visão
Sonolência
Febre alta
Se a bactéria se espalhar para o cérebro, pode ocorrer sonolência mais intensa, convulsões, coma e sensações anormais ou fraqueza muscular em algumas áreas do corpo.
Diagnóstico de trombose do seio cavernoso
Ressonância magnética ou tomografia computadorizada
Hemocultura
Punção lombar (punção na coluna vertebral)
Para diagnosticar trombose do seio cavernoso, os médicos costumam solicitar uma ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) dos seios nasais, olhos e cérebro. Às vezes, uma RM ou TC é realizada após um agente de contraste ser injetado na corrente sanguínea para mostrar mais detalhes. A venografia por RM com contraste (VRM) ou venografia por TC (na qual um agente de contraste é administrado por via intravenosa para delinear as veias) é mais sensível. Para identificar bactérias causando a doença, uma amostra de sangue é enviada ao laboratório para cultura. Também pode ser realizada uma punção lombar.
Tratamento de trombose do seio cavernoso
Antibióticos por via intravenosa
Cirurgia para drenar a infecção
Corticosteroides e outros hormônios
Altas doses de antibióticos administrados pela veia (via intravenosa) são iniciadas imediatamente em pessoas com trombose do seio cavernoso. O seio nasal infectado pode ser drenado cirurgicamente, principalmente se a pessoa não melhorar após 24 horas de tratamento com antibióticos.
Muitas vezes são administrados corticosteroides se os nervos cranianos foram afetados. Se há hipopituitarismo, corticosteroides e também outros hormônios são administrados.
Não está claro se algumas pessoas se beneficiam do tratamento com anticoagulantes (medicamentos que impedem a formação de novos coágulos sanguíneos e o crescimento de coágulos sanguíneos estabelecidos).
Prognóstico de trombose do seio cavernoso
Mesmo com tratamento antibiótico, a trombose do seio cavernoso ainda pode ser um risco à vida. Cerca de 15% de todas as pessoas afetadas morrem. Um terço das pessoas desenvolvem efeitos secundários sérios, como movimentos oculares comprometidos e visão dupla, cegueira, acidente vascular cerebral e sintomas devido à diminuição dos níveis de hormônios da hipófise (hipopituitarismo), que podem ser permanentes.