O líquido amniótico é um líquido que circunda o feto dentro do útero. O líquido e o feto são envolvidos em membranas denominadas de bolsa amniótica. Os problemas com o líquido amniótico incluem
Excesso de líquido amniótico para aquela época da gravidez
Escassez de líquido amniótico para aquela época da gravidez
Infecção do líquido, da bolsa amniótica e/ou da placenta (um quadro clínico denominado infecção intra-amniótica)
Líquido amniótico em excesso
Líquido amniótico em excesso (poli-hidrâmnios ou hidrâmnios) alarga o útero e exerce pressão sobre o diafragma de gestantes.
Os seguintes fatores podem causar o acúmulo de líquido:
Defeitos congênitos no feto, especialmente uma obstrução no esôfago ou no trato urinário
Mais do que um feto (multípara)
Diabetes em gestantes
Anemia no feto, como a causada por anticorpos Rh contra o sangue fetal que são produzidos pela gestante (doença hemolítica do feto e do recém‑nascido)
Outros distúrbios no feto como, por exemplo, infecções ou uma doença genética
No entanto, em quase 50% das vezes, a causa é desconhecida.
Um excesso de líquido amniótico pode dar origem a vários problemas:
Trabalho de parto prematuro e, possivelmente, ruptura prematura das membranas (às vezes, seguida por ruptura prematura da placenta) ou trabalho de parto prematuro
Feto em posição ou apresentação anômala, o que, às vezes, exige a realização de parto por cesariana.
Problemas respiratórios graves na mulher
Prolapso do cordão umbilical: O cordão umbilical pode sair do útero antes do bebê
Atonia uterina: O útero permanece alargado e não consegue se contrair normalmente
Hemorragia pós-parto: Sangramento vaginal após o parto
Morte fetal
Escassez de líquido amniótico
As causas da escassez de líquido amniótico incluem:
Insuficiência útero-placentária: A placenta e o útero não estão funcionando normalmente porque a mulher tem um distúrbio como hipertensão arterial ou ruptura prematura da placenta (descolamento prematuro da placenta), o que possivelmente faz com que o feto não cresça tanto quanto esperado
Alguns medicamentos
Ruptura das membranas antes ou perto da data prevista do parto
Gravidez pós-termo: A gestação dura 42 semanas ou mais
Anomalia cromossômica do feto
Defeitos congênitos no trato urinário, sobretudo nos rins
Limitação do crescimento intrauterino: O feto não cresceu tanto quanto o esperado
Morte fetal
Na maioria dos casos, desconhece-se a causa.
Uma vez que tomar determinados medicamentos, tais como inibidores da ECA (incluindo enalapril ou captopril) durante o segundo e terceiro trimestres pode causar escassez de líquido amniótico, esses medicamentos costumam ser evitados durante a gestação. No entanto, em casos raros, eles são necessários para o tratamento da insuficiência cardíaca grave. Tomar AINEs, tais como ibuprofeno, durante a gestação também pode reduzir a quantidade de líquido amniótico.
A escassez de líquido amniótico (oligo-hidrâmnios) também pode causar problemas como, por exemplo:
Limitação do crescimento intrauterino: O feto não cresceu tanto quanto o esperado
Deformações dos membros e da face (caso a quantidade de líquido seja muito pouca e começar no início da gestação)
Maturação pulmonar atrasada ou incompleta
Incapacidade do feto de tolerar o trabalho de parto, causando a necessidade de parto por cesariana
Morte fetal
Sintomas de problemas de líquido amniótico
Geralmente, a presença de excesso ou escassez de líquido amniótico não causa sintomas na mulher. É possível que a mulher sinta que o feto não está se movendo tanto quanto se movia no início da gravidez. Às vezes, quando há excesso de líquido amniótico, a mulher tem dificuldade para respirar ou contrações dolorosas antes da data prevista do parto.
É possível que os distúrbios que causam ou contribuem para o excesso ou escassez de líquido amniótico causem sintomas.
Diagnóstico de problemas de líquido amniótico
Avaliação médica
Ultrassonografia
Exames para identificar a causa
O médico talvez suspeite da presença de excesso ou escassez de líquido amniótico quando o útero estiver excessivamente grande ou pequeno quando comparado à duração da gravidez ou quando o feto não estiver se movendo tanto quanto esperado.
Às vezes, o problema é detectado por acaso durante a ultrassonografia. Caso um problema seja detectado, o médico pode utilizar a ultrassonografia para determinar a quantidade de líquido amniótico presente.
Caso o médico detecte a presença de excesso ou escassez de líquido amniótico, ele tenta descobrir a possível causa. Por exemplo, ele pode examinar a vagina e o colo do útero para determinar se as membranas ao redor do feto se romperam precocemente.
Exames de sangue podem ser feitos para verificar se existem distúrbios que podem afetar o líquido amniótico (como diabetes). Uma ultrassonografia e outros exames (possivelmente uma amniocentese) podem ser realizados para verificar quanto à presença de defeitos congênitos e anomalias genéticas no feto.
Tratamento de problemas de líquido amniótico
Uma ultrassonografia para monitorar o crescimento do feto e para medir os níveis de líquido amniótico
Monitorar a frequência cardíaca do feto
Tratamento de eventuais doenças primárias
Às vezes, remoção do líquido amniótico
Parto
Ultrassonografias são feitas regularmente para monitorar o crescimento do feto e para medir os níveis de líquido amniótico. A frequência cardíaca do feto também é monitorada regularmente enquanto o feto está parado e enquanto se movimenta. Esse exame é feito para verificar o bem-estar do feto (um exame denominado cardiotocografia).
Eventuais distúrbios primários, como diabetes e hipertensão arterial, são tratados.
Os médicos raramente removem o excesso de líquido quando ocorre um excesso de líquido amniótico. No entanto, o líquido amniótico pode ser removido com uma agulha através do abdômen da mulher quando
O trabalho de parto inicia precocemente
A mãe está tendo problemas graves
Quando houver líquido amniótico em excesso, o parto do bebê será marcado para aproximadamente a 39ª semana em alguns casos.
Quando existe uma escassez de líquido amniótico, a maioria dos especialistas costuma recomendar que o parto seja feito entre a 36ª e a 37ª semana, dependendo do estado do feto.