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Preparação para o uso de prótese de membros

PorJan J. Stokosa, CP, American Prosthetics Institute, Ltd
Reviewed ByBrian F. Mandell, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: mar. 2024
Visão Educação para o paciente

Quando a amputação for eletiva, algumas medidas preparatórias podem ajudar a otimizar a recuperação. É importante orientar o paciente e seus familiares o mais cedo possível sobre a necessidade de amputação e revisar todo o processo, desde a preparação pré-operatória até o ajuste protético e o convívio com uma prótese. Esses esclarecimentos ajudam a aumentar o comprometimento do paciente com o processo, o que é essencial para um desfecho bem-sucedido, e também maximiza o apoio da família. Reunir-se com um conselheiro que já passou por um processo de amputação pode ser útil para o paciente.

Tratamento pré-operatório

O tratamento pré-operatório envolve

  • Avaliação funcional

  • Planejamento

  • Programa de exercícios

Uma avaliação funcional determina as capacidades atuais do paciente juntamente com seus objetivos. Utilizando a avaliação funcional, o cirurgião, o protesista e o fisioterapeuta estabelecem um plano para o pré e o pós-operatório.

Independentemente da idade e do estado físico atuais, os pacientes devem iniciar um programa de exercícios geral e específico o mais rápido possível no pré-operatório e continuar exercitando-se no pós-operatório. Exercícios para manter ou aumentar a força muscular, flexibilidade e amplitude de movimento são ensinados pelo fisioterapeuta. Quanto mais fortes e flexíveis são os pacientes, mais coisas eles conseguem fazer com ou sem suas próteses. Pode-se implementar um programa de terapia ocupacional quando preveem-se dificuldades nas atividades diárias.

Considerações pós-operatórias e pré-protéticas

Os objetivos do tratamento pós-operatório são

  • Proteger o membro residual de trauma acidental (p. ex., choques, quedas)

  • Controlar edemas

  • Promover a cicatrização

  • Manter a força muscular, o condicionamento cardiovascular e a amplitude de movimento

Há muitas opções de curativos para proteger o membro residual e controlar o edema. O tratamento eficaz do edema melhora a circulação, promove a cicatrização e reduz a gravidade da dor pós-operatória e a dor do membro fantasma.

Um fisioterapeuta irá trabalhar com o paciente antes e após a alta hospitalar conforme necessário com base nas habilidades do paciente e na amputação específica. O treinamento pode incluir o treino de equilíbrio em pé, marcha nas barras paralelas, uso de andador, muletas e/ou cadeira de rodas e habilidades de autocuidado, incluindo transferências e higiene pessoal.

O protesista avaliará o paciente semanalmente para monitorar o progresso e a prontidão dos membro residual para o ajuste de uma prótese preparatória, o que é feito quando o volume de líquido do membro residual estiver razoavelmente estável.

Prótese preparatória

Quando o membro residual cicatriza e o volume de líquido alcança um nível inicial de estabilidade — geralmente 6 a 10 semanas depois do pós-operatório, embora esse período possa ser maior se houver complicações — pode-se ajustar uma prótese preparatória. Uma prótese preparatória é uma prótese temporária que possibilita a descarga de peso progressiva e a troca dos componentes para atender aos requisitos funcionais em transformação do paciente à medida que ele se acostuma a deambular e a realizar outras atividades. O soquete da prótese preparatória pode precisar ser reajustado várias vezes durante esse período.

Além de melhorar a mobilidade e a independência, as vantagens da colocação precoce da prótese incluem alcançar melhor aceitação da amputação, restaurar a imagem corporal, reduzir a dor do membro fantasma, aumentar a propriocepção e a sensação do membro fantasma e acelerar a maturação do membro residual.

O membro residual de adultos continua passando por alterações consideráveis no volume e na forma nos 12 a 18 meses após a amputação. Nesse momento, a prótese preparatória pode ser trocada por uma prótese permanente ou definitiva, que geralmente utiliza os mesmos componentes de articulação e apêndice que foram identificados como ideais durante a fase preparatória. Entretanto, mesmo depois que um membro residual é considerado maduro (> 18 meses após a amputação), o volume de líquido do membro residual continuará flutuando ao longo do dia e a longo prazo. A magnitude da alteração varia entre os indivíduos e pode ser problemática.

Aprendendo a utilizar uma prótese de membro

O paciente aprende inicialmente como viver com uma prótese durante o processo de ajuste. O processo envolve várias consultas para alcançar níveis aceitáveis de conforto e de estabilidade.

Para pacientes com prótese de membro superior, depois que o conforto e a estabilidade são alcançados, o protesista trabalha para fornecer a máxima capacidade funcional possível, com o posicionamento espacial apropriado das articulações e apêndices. Um terapeuta ocupacional trabalha então com o paciente para otimizar a função nas atividades diárias específicas do paciente.  

Para pacientes com prótese de membro inferior, depois que se alcançam o conforto e a estabilidade dos membros residuais, introduz-se uma prótese de quadril, joelho, tornozelo e/ou pé para obter equilíbrio e postura (ver também Reabilitação de amputação das pernas). O paciente inicia a deambulação entre barras paralelas. O protesista assegura que eficiência biomecânica suficiente é alcançada antes de o paciente passar pelo fisioterapeuta para receber treinamento da marcha. À medida que o paciente aprende a deambular de maneira eficaz, o protesista modifica o soquete de modo a compensar as alterações morfológicas nos tecidos e no alinhamento biomecânico das articulações e apêndices. Além disso, à medida que o paciente se acostuma e é capaz de deambular mais, a prótese de quadril, joelho, tornozelo e/ou pé pode exigir alterações para fornecer deambulação e função ideais e eficientes.

Aconselhamento ou psicoterapia pode ser útil quando os pacientes apresentam dificuldade prolongada de adaptação à perda do membro e ao uso da prótese.

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