Deslizamento epifisário da cabeça do fêmur (DECF)

PorFrank Pessler, MD, PhD, Helmholtz Centre for Infection Research
Revisado/Corrigido: nov. 2022
Visão Educação para o paciente

Deslizamento epifisário da cabeça do fêmur consiste na movimentação do colo do fêmur sobre a epífise femoral, para cima e para a frente. O diagnóstico é feito com radiografias de ambos os quadris; algumas vezes, outros exames de imagem são necessários. O tratamento é correção cirúrgica.

O deslizamento epifisário da cabeça do fêmur (DECF) geralmente ocorre no início da adolescência, afetando preferencialmente os meninos. A obesidade é um fator de risco significativo. Fatores genéticos também contribuem. O DECF é bilateral em um quinto dos pacientes, e o DECF unilateral torna-se bilateral em dois terços deles.

A etiologia exata do DECF é desconhecida, mas provavelmente está relacionada com enfraquecimento da fise (placa de crescimento), o que pode ser provocado por trauma, alterações hormonais ou inflamação ou aumento de sobrecarga pela obesidade.

Sinais e sintomas do DECF

O início é geralmente insidioso, e os sintomas do deslizamento epifisário da cabeça do fêmur estão associados ao estágio do deslizamento.

O primeiro sintoma do DECF pode ser rigidez do quadril, que desaparece com o repouso, seguido de claudicação e dor no quadril que se irradia para a parte anteromedial inferior da coxa e do joelho. Mais de 15% dos pacientes apresentam dores no joelho e na coxa, e o verdadeiro problema do quadril é ignorado até que o deslizamento piore. No exame precoce do quadril, pode não ser detectada dor nem limitação de movimentos.

Dicas e conselhos

  • Até 15% dos pacientes com escorregamento da epífise proximal do fêmur apresentam dores no joelho e na coxa, e o problema real (quadril) pode não ser percebido até que o escorregamento piore.

Em estágios mais avançados, pode-se perceber dor à movimentação com limitação da flexão, abdução e rotação medial, dor no joelho sem anormalidades específicas do joelho; e claudicação ou marcha de Trendelenburg. O membro inferior acometido apresenta rotação externa. Se o suprimento sanguíneo da região estiver comprometido, podem ocorrer necrose avascular e colapso epifisário.

Diagnóstico do DECF

  • Radiografias simples

  • Às vezes, RM ou ultrassonografia

O diagnóstico de DECF precoce é vital, uma vez que o tratamento do deslizamento avançado é difícil.

Realizam-se radiografias anteroposterior e em perfil em perna de rã de ambos os quadris. As radiografias mostram alargamento da linha epifisária ou aparente deslocamento posterior e inferior da cabeça femoral. Para ajudar a determinar se há luxação, desenham-se as linhas de Klein na radiografia, na borda superior do colo do fêmur. A cabeça femoral estará abaixo da linha de Klein no lado acometido, enquanto uma parte significativa da cabeça do fêmur estará acima da linha de Klein no lado não afetado.

Especialmente se as radiografias forem normais, a ultrassonografia e a RM também são úteis.

Deslizamento epifisário da cabeça do fêmur
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As linhas de Klein estão na borda superior do colo femoral desse paciente com deslizamento epifisário da cabeça do fêmur do lado direito do quadril. Observe que a cabeça femoral está abaixo da linha de Klein no lado direito acometido, enquanto uma parte significativa da cabeça do fêmur está acima da linha de Klein no lado esquerdo não atingido.
Com permissão do editor. De Campbell R Jr: Current Orthopedic Diagnosis and Treatment. Editado por JD Heckman, RC Schenck e A Agarwal. Philadelphia, Current Medicine, 2002.

Tratamento do DECF

  • Correção cirúrgica

O DECF é geralmente progressivo e requer cirurgia tão logo o diagnóstico seja confirmado.

O tratamento cirúrgico consiste na fixação de pinos através da fise.

Os pacientes não devem suportar objetos pesados do lado afetado até que o DECF seja descartado ou tratado.

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