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Anormalidades congênitas da mandíbula

PorJoan Pellegrino, MD, Upstate Medical University
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: jul. 2024
Visão Educação para o paciente

Anomalias congênitas da mandíbula incluem mandíbula ausente, deformada ou incompletamente desenvolvida, muitas vezes em conjunto com outras anomalias e síndromes congênitas.

Recursos do assunto

(Ver também Visão geral das anormalidades craniofaciais congênitas.)

Um geneticista clínico pode ajudar a orientar a avaliação mesmo nos casos de anomalia congênita isolada aparente. A identificação da síndrome subjacente é importante para o prognóstico e aconselhamento familiar.

Deve-se considerar análise cromossômica por microarranjo, testes genéticos específicos ou testes genéticos mais amplos na avaliação de pacientes com anomalias craniofaciais congênitas. Se os resultados desses exames não forem diagnósticos, pode-se recomendar a análise de sequenciamento do exoma completo.

Micrognatia (mandíbula pequena)

A micrognatia pode ocorrer em > 700 síndromes genéticas.

A sequência de Pierre Robin é uma manifestação comum da micrognatia caracterizada por uma fenda em forma de U nos tecidos moles do palato e obstrução das vias respiratórias superiores provocada por glossoptose (língua que cai sobre a parte de trás da garganta). O ato alimentar pode ser difícil e às vezes surge cianose porque a língua é posterior e pode obstruir a faringe. A posição sentada durante a alimentação pode ajudar, mas a deglutição incoordenada pode requerer alimentação por sonda nasogástrica ou gastrostomia. Se a cianose ou os problemas respiratórios persistirem, pode ser necessário traqueostomia ou cirurgia para fixar a língua em posição adiante (p. ex., suturando na parte interna do lábio inferior). Perda auditiva condutiva também pode estar presente, assim a avaliação otológica é indicada.

Cerca de um terço dos pacientes com micrognatia têm anomalias associadas que sugerem um defeito cromossômico subjacente ou síndrome genética. Alguns dos diagnósticos a serem considerados incluem a síndrome de Treacher Collins (associada à inclinação para baixo dos olhos, coloboma da pálpebra, orelha malformada [microtia], e perda auditiva), síndrome de Nager, síndrome de Goldenhar (oculoauriculovertebral) e síndrome cerebrocostomandibular. Radiografias ou TC são frequentemente feitas para ajudar a definir melhor a anatomia.

A extensão cirúrgica da mandíbula pode melhorar o aspecto e a função. No procedimento típico, chamado osteogênese separadora (de alongamento), realiza-se osteotomia, e uma peça separadora é ligada a ambas as peças. Com o tempo, a distância entre as duas peças é alargada e novo osso cresce entre elas para aumentar a mandíbula.

Agnatia

A ausência congênita do processo condiloide (e às vezes do processo coronoide, o ramo e partes do corpo mandibular) é uma malformação grave. A mandíbula se desvia para o lado afetado, resultando em má oclusão grave; o lado não afetado é alongado e achatado. Há, com frequência, a coexistência de anormalidades de orelha interna, externa e média, osso temporal, glândula parótida, músculos da mastigação e nervo facial. Síndromes a serem considerados incluem agnatia-holoprosencefalia, octocefalia, uma forma grave da síndrome cerebrocostomandibular e síndrome de Ivemark.

Radiografias ou TC facial da mandíbula e da articulação temporomandibular revelam o grau de hipodesenvolvimento e diferencia a agenesia de outras condições que acarretam deformidades faciais semelhantes, mas não envolvem perda estrutural grave. TC facial é geralmente feita antes da cirurgia.

O tratamento da agnatia consiste em reconstrução imediata com enxerto ósseo autógeno (enxerto costocondral) para limitar a progressão da deformidade facial. Mentoplastia, enxertos de ossos e cartilagens, emendas de tecidos moles, melhoram a simetria facial. Distração osteogênica, em que realiza-se osteotomia e um dispositivo de distração (separador) é anexado a ambos as partes da mandíbula, é cada vez mais utilizado. O tratamento ortodôntico, no início da adolescência, ajuda na correção da má oclusão.

Hipoplasia do maxilar

A hipoplasia do maxilar é o subdesenvolvimento dos ossos maxilares que causa a retrusão no terço médio da face e cria a ilusão de protuberância (proeminência) da mandíbula inferior.

Radiografias ou TC faciais mostram o grau de subdesenvolvimento.

O tratamento da hipoplasia maxilar pode envolver cirurgia ou aparelho de tração extrabucal, dependendo da gravidade.

Hipoplasia do maxilar
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Esta foto mostra um paciente com hipoplasia maxilar (mandíbula superior pequena) além de hipertelorismo ocular. Ela também tem outras deformidades faciais, incluindo ponte nasal achatada, fissuras palpebrais ascendentes, dobras epicânticas, implantação baixa das orelhas e retrognatismo.
© Springer Science+Business Media
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