Ferroada de arraia

PorRobert A. Barish, MD, MBA, University of Illinois at Chicago;
Thomas Arnold, MD, Department of Emergency Medicine, LSU Health Sciences Center Shreveport
Revisado/Corrigido: jan. 2022
Visão Educação para o paciente

Arraias causaram em tempos passados cerca de 750 ferroadas por ano ao longo das costas dos Estados Unidos; a incidência atual é desconhecida e a maioria dos casos não é relatada. O veneno está contido em uma ou mais espinhas no dorso da cauda do animal. Lesões geralmente ocorrem quando um nadador incauto, andando em água rasa do mar, enseada, na arrebentação de ondas ou em água represada, pisa em uma arraia enterrada na areia, provocando-a; assim, esta investe com sua cauda para cima e para baixo, conduzindo a espinha dorsal (ou espinhas) ao pé ou ao membro inferior da vítima. A camada tegumentar ao redor da espinha se rompe e o veneno escapa para os tecidos da vítima.

Sinais e sintomas das picadas de arraia

O principal sintoma de uma ferroada de arraia é a dor imediata e intensa. Apesar de ser frequentemente limitada às regiões lesadas, a dor pode se disseminar rapidamente, atingindo máxima intensidade em < 90 minutos; na maioria dos casos, a dor diminui de maneira gradual em 6 a 48 horas, mas pode ocasionalmente durar dias ou semanas. São comuns síncope, fraqueza, náuseas e ansiedade, podendo em parte ser decorrentes da vasodilatação periférica. São relatados casos de linfangite, vômitos, diarreia, sudorese, cãibras generalizadas, dor inguinal ou axilar e dificuldade respiratória.

Em geral, a ferida é denteada, sangra livremente e com frequência está contaminada com fragmentos da camada tegumentar. Com frequência, as bordas da ferida são descoradas, ocorrendo certa destruição tissular localizada. Em geral, há algum edema. Feridas abertas são suscetíveis a infecções.

Tratamento das picadas de arraia

  • Irrigação ou debridamento

Deve-se irrigar suavemente as ferroadas de arraia em uma extremidade com água salgada como uma tentativa de remover fragmentos do ferrão, tecido glandular e tegumento. A espinha deve ser removida no local somente se estiver superficialmente inserida e se não estiver penetrando no pescoço, tórax ou abdome ou criando uma lesão total de um membro. Sangramento significativa deve ser estancada com pressão local. Imersão em água morna, embora recomendada por alguns especialistas, ainda não foi provada como sendo um tratamento precoce eficaz para lesões por arraias.

No departamento de emergência, a ferida deve ser reexaminada para verificar restos da camada e debridada; anestesia local é administrada, se necessário. Espinhas inseridas são tratadas como em outros corpos estranhos. Picadas no tronco dos pacientes precisam ser bem avaliadas para possíveis punturas nas vísceras. Nas manifestações sistêmicas, o tratamento é de suporte. Administrar profilaxia antitetânica (ver tabela Profilaxia antitetânica no tratamento de rotina de ferimentos), e recomenda-se elevar o membro lesado por vários dias. O uso de antibióticos e o fechamento cirúrgico da ferida podem ser necessários.

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