A unha encravada representa um encurvamento ou invasão da lateral da unha para dentro da borda.
(Ver também Onicocriptose.)
Indicações para o tratamento de unha encravada
Inflamação e/ou infecção ao redor da unha encravada do artelho
Confirmar se os tecidos moles periungueais (prega ungueal) realmente se entendem ao longo da parte lateral da unha do artelho. (Do contrário, considerar diagnósticos alternativos como trauma, gota, paroníquia ou celulite.)
Contraindicações ao tratamento de unha encravada
Nenhum
Complicações do tratamento de unha encravada
Hiperqueratose, edema ou eritema nas pregas ungueais
Infecção
Novo crescimento ungueal
Cisto de inclusão
Equipamento para tratar unha encravada
Solução de limpeza, como iodopovidona ou clorexidina
Agulhas de calibre 21 e 25
Seringa de 10 mL
Anestésico local como lidocaína a 1%
Torniquete pequeno de borracha
Cobertura elástica ou com gaze pequena o suficiente para envolver o artelho
Separador de unhas inglês com bigorna, tesoura de ponta pontiaguda ou bisturi nº 11
Fórceps ou hemostatos
Tiras de fechamento de ferida, dreno cirúrgico de 2 a 3 mm de diâmetro aberto longitudinalmente ou disco de algodão
Bastões de nitrato de prata, solução de fenol a 1% ou solução de hidróxido de sódio a 10%
Pomada antibiótica sem neomicina
Curativos não oclusivos
Luvas estéreis ou não estéreis
Posicionamento para tratar unha encravada
Geralmente com o paciente em decúbito dorsal ou sentado com a perna afetada estendida e bem apoiada
Descrição passo a passo do tratamento de unha encravada
Pode-se realizar vários procedimentos. Alguns envolvem apenas separar e isolar a prega ungueal da unha (imobilizar a unha). Outros exigem a remoção de parte da unha, a margem lateral, ou um segmento em forma de espiga da unha (espícula) crescendo adjacente à margem lateral; espículas podem se desenvolver como complicação do tratamento ou espontaneamente. Às vezes, remove-se o tecido das pregas ungueais. A remoção de toda a unha não é mais considerada benéfica.
Para todos os procedimentos
Limpar o local com solução de iodopovidona ou clorexidina.
Fazer bloqueio digital para anestesiar completamente o artelho.
Aplicar torniquete na base do artelho para controlar o sangramento.
Determinar a extensão do tratamento com base no grau de inflamação ou infecção local dos tecidos moles.
Se a inflamação é mínima, considerar a colocação de tala ou remoção de apenas uma espícula da unha.
Se a inflamação é mais extensa ou em caso de infecção (particularmente crônica) ou dor intensa, remover parte da unha.
Para imobilizar a unha
Elevar a borda lateral da unha com uma pinça ou hemostato.
Inserir uma atadura de algodão (para inflamação leve), sutura adesiva (para inflamação moderada) ou tira de 1 cm de comprimento de um dreno cirúrgico de 2 a 3 mm de diâmetro sob a borda lateral da unha.
Inserir suturas adesivas e o dreno cirúrgico obliquamente sob o canto da unha com um movimento oscilante até que o canto esteja suficientemente elevado e esteja sob toda a extensão da unha.
Manter um fechamento com fita ao redor do artelho.
Para remover uma espícula ungueal
Se necessário, elevar a espícula ungueal com pinça ou hemostato.
Utilizar separador de unhas ou tesoura pontiaguda para cortar longitudinalmente entre a espícula e a placa ungueal continuando ao longo da origem da espícula, cerca de ⅓ a ½ do caminho sob a cutícula até a base da unha.
Torcer a espícula ungueal do leito ungueal com pinça ou hemostato.
Remover todos os detritos da prega ungueal.
Controlar o sangramento utilizando nitrato de prata.
Se houver abscesso, drenar todo o pus, irrigar quaisquer cavidades e envolver o artelho com um curativo.
Remover parcial ou totalmente a parte principal da unha do artelho
Utilizar separador de unhas ou tesoura de ponta pontiaguda para elevar do leito ungueal os 3 a 4 mm laterais da margem afetada da unha. Avançar o separador ou a ponta da tesoura paralelamente ao leito ungueal e percorrer todo o caminho até a prega ungueal proximal (cutícula).
Cortar a unha longitudinalmente para separar o segmento elevado, certificando-se de também cortar a parte da unha sob a cutícula.
Levar o segmento da unha com uma pinça ou hemostato de volta para perto da raiz e torcer a raiz do segmento em direção ao restante da unha, por fim liberando-a da prega ungueal e da cutícula.
Retrair delicadamente a dobra ungueal e limpar a derme ou epiderme de qualquer fragmento oculto. Aplicar um adesivo de nitrato de prata para controlar quaisquer sangramentos.
Considerar a aplicação de nitrato de prata ao leito ungueal exposto e tecido de granulação por 2 minutos porque isso tende a evitar novo crescimento ungueal.
Se disponível, considerar a aplicação de hidróxido de sódio a 10% (por 1 a 2 minutos) ou solução de fenol a 1% em aplicadores com ponta de algodão (3 aplicações, a cada 30 segundos, ou uma única aplicação por 5 minutos) no leito ungueal exposto para inibir de modo permanente um novo crescimento ungueal.
Cuidados posteriores para tratar unha encravada
Cobrir a área com pomada antibiótica e curativo não aderente.
Para unhas imobilizadas com tala, pedir que o paciente lave a ferida diariamente e reaplique o curativo conforme necessário. Remover a tala quando a inflamação tiver desaparecido e a unha não mais comprimir o tecido periungueal.
Se parte da unha ou espícula foi removida, instruir o paciente a molhar o artelho em água morna 2 ou 3 vezes ao dia, refazer o curativo e evitar substâncias químicas agressivas.
Reinspeção do artelho em 2 a 3 dias para verificar se há sinais de infecção, possivelmente mais cedo para pacientes de alto risco (p. ex., aqueles com diabetes, neuropatia e/ou doença vascular periférica).
Se o problema não foi resolvido, encaminhar para cuidados podológicos definitivos.
Instruir os pacientes a utilizar sapatos menos apertados e a aparar as unhas.
Alertas e erros comuns ao tratar unha encravada
Certificar-se de cortar completamente até a base da unha, de modo que nenhuma unha seja deixada para trás sob a cutícula; não fazer isso pode levar à formação de espículas e inflamação recorrente.
Certificar-se de utilizar um torniquete; do contrário, o sangramento pode obscurecer o campo.
Procurar por osteomielite em pacientes com onicocriptose recorrente, disfunção circulatória, neuropatia e/ou diabetes.
Recomendações e sugestões para tratar uma unha encravada
Se um separador de unhas não está disponível, utilizar tesoura pontiaguda, mas manter a pressão para cima ao cortar a unha para minimizar lesões ao leito ungueal. Alternativamente, utilizar eletrocautério descartável para cortar a unha depois de amolecê-la embebendo o artelho em água morna e sabão.
