Como remover um carrapato

PorMatthew J. Streitz, MD, San Antonio Uniformed Services Health Education Consortium
Revisado/Corrigido: abr. 2023
Visão Educação para o paciente

Deve-se remover os carrapatos da pele para prevenir doenças transmitidas por carrapatos (p. ex., febre maculosa das Montanhas Rochosas, doença de Lyme, tularemia, paralisia do carrapato, babesiose, anaplasmose, erliquiose, encefalite transmitida por carrapato)

(Ver também Picadas de carrapatos.)

Indicações para remover um carrapato

  • Presença de carrapato ligado à pele

Contraindicações à remoção do carrapato

  • Nenhum

Complicações da remoção do carrapato

  • A remoção inadequada ou parcial do carrapato pode causar infecção ou formação de granuloma crônico.

Equipamento para remover um carrapato

  • Solução de limpeza como solução de clorexidina

  • Pinças retas ou curvas

  • Pinças

  • Bisturi nº 11

  • Luvas não estéreis

Considerações adicionais para remover um carrapato

  • A remoção dos carrapatos deve ocorrer o mais rápido possível para reduzir a resposta imune cutânea e a possibilidade de transmissão de doenças. O aparelho bucal de um carrapato torna-se cimentado em 5 a 30 minutos após o contato com a pele do hospedeiro.

Posicionamento para remover um carrapato

  • Conforto do paciente e excelente exposição do carrapato

Descrição passo a passo da remoção de um carrapato

  • Segurar as partes da boca do carrapato o mais próximo possível da pele utilizando uma pinça romba com pontas curvas de tamanho médio colocadas paralelamente à pele.

  • Aplicar tração suave e constante para remover o carrapato.

  • Não apertar, esmagar, torcer ou empurrar o corpo do carrapato. Fazer isso pode expelir os agentes anti-infecciosos.

  • Se partes da boca são deixadas para trás, remover a maior quantidade possível delas com uma pinça ou a ponta de uma lâmina de bisturi.

  • Limpar a área com água e sabão ou com um produto antibacteriano para limpar feridas suave, como a clorexidina.

Cuidados posteriores para remoção de um carrapato

A principal preocupação é a transmissão de várias doenças transmitidas por carrapatos. A mordida por si só é superficial e raramente problemática.

  • Os pacientes devem retornar se houver dor, edema ou eritema locais ou se desenvolverem sintomas sistêmicos (p. ex., febre, cefaleia, dores articulares, mal-estar) nas 4 semanas após a picada; a maioria das doenças transmitidas por carrapatos, exceto a Doença de Lyme, normalmente se manifestam mais cedo.

  • O carrapato pode ser guardado para análise laboratorial a fim de detectar doenças transmitidas por carrapatos em regiões geográficas onde o paciente adquiriu o carrapato.

Antibióticos profiláticos

Doxiciclina profilática (uma dose única de 200 mg por via oral para adultos ou 4 mg/kg para crianças com menos de 8 anos) pode prevenir a doença de Lyme, mas só deve ser administrada quando todos os critérios abaixo são atendidos:

  • O paciente é de uma região onde a incidência da doença de Lyme é alta.

  • Descobre-se no corpo um carrapato de cervo parcialmente ingurgitado na fase ninfal.

  • Suspeita-se que o carrapato estava preso à pele por pelo menos 36 horas.

Alguns especialistas recomendam um período mais longo de doxiciclina (100 mg por via oral 2 vezes ao dia por 10 a 20 dias) para assegurar a erradicação.

Normalmente, não se recomenda o tratamento profilático com antibióticos em caso de picadas de carrapatos.

Alertas e erros comuns ao remover um carrapato

  • Métodos não mecânicos, tradicionais e populares de forçar o carrapato a se soltar (como o uso de vaselina, esmalte de unha, fósforo quente ou álcool) não são recomendados. Esses métodos podem causar regurgitação do carrapato e, portanto, aumentar a probabilidade de infecção.

Recomendações e sugestões para remover um carrapato

  • O fórceps deve ser puxado lenta e firmemente, diretamente para longe da pele, sem torcer. O fórceps de ponta curva é melhor, pois a curvatura externa pode ser encostada contra a pele, enquanto a manipulação é feita um tanto longe desta para que se possa puxar facilmente.

Informações adicionais

Os recursos em inglês a seguir podem ser úteis. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. Huygelen V, Borra V, De Buck E, Vandekerckhove P: Effective methods for tick removal: A systematic review. J Evid Based Med 10(3):177–188, 2017. doi: 10.1111/jebm.12257

  2. Cameron DJ, Johnson LB, Maloney EL: Evidence assessments and guideline recommendations in Lyme disease: The clinical management of known tick bites, erythema migrans rashes and persistent disease. Expert Rev Anti Infect Ther 12(9):1103–1135, 2014. doi: 10.1586/14787210.2014.940900

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