Febre de Oroya e verruga peruana

(Doença de Carrión)

PorLarry M. Bush, MD, FACP, Charles E. Schmidt College of Medicine, Florida Atlantic University;
Maria T. Vazquez-Pertejo, MD, FACP, Wellington Regional Medical Center
Revisado/Corrigido: jun. 2024
Visão Educação para o paciente

Febre de Oroya e verruga peruana são 2 fases distintas da infecção causada pela bactéria Gram-negativa Bartonella bacilliformis. A febre de Oroya ocorre após a exposição inicial; a verruga peruana ocorre após a recuperação da infecção primária. O diagnóstico é clínico e confirmado por hemoculturas (para febre de Oroya) e, às vezes, por biópsia (para verruga peruana). O tratamento é com antibióticos.

(Ver também Visão geral das infecções por Bartonella.)

Endêmicas somente na Cordilheira dos Andes (em altitudes de 600 a 2.400 metros), na Colômbia, no Equador e no Peru, tanto a febre de Oroya como a verruga peruana são transmitidas de uma pessoa para outra pelo flebotomíneo do gênero Phlebotomus.

Febre de Oroya

Os sintomas da febre de Oraya incluem febre e anemia profunda, que podem ser de início súbito ou insidioso. A anemia é principalmente hemolítica, mas mielossupressão também ocorre. Dor muscular e articular, cefaleia intensa e frequentemente delirium e coma podem ocorrer. Bacteremia sobreposta causada por Salmonella ou outros microrganismos coliformes pode ocorrer.

O diagnóstico da febre de Oroya é confirmado por meio de culturas de sangue.

Como a febre de Oroya muitas vezes é complicada pela bacteremia por Salmonella, ciprofloxacino com ceftriaxona durante 14 dias é o tratamento de escolha (1). Cloranfenicol combinado com um antibiótico betalactâmico (p. ex., amoxicilina/clavulanato) é uma alternativa no caso de resistência ao ciprofloxacino. A azitromicina também foi utilizada de modo bem-sucedido.

As taxas de mortalidade podem exceder 50% em pacientes sem tratamento.

Referência

  1. 1. Gomes C, Ruiz J. Carrion's Disease: the Sound of Silence. Clin Microbiol Rev. 2017;31(1):e00056-17. Publicado em 29 de novembro de 2017. doi:10.1128/CMR.00056-17

Verruga peruana

A verruga peruana se manifesta como múltiplas lesões cutâneas que se assemelham muito à angiomatose bacilar; esses nódulos proeminentes roxo-avermelhados geralmente ocorrem nos membros e na face. Essas lesões podem persistir por meses a anos e ser acompanhadas de dor e febre.

Verruga peruana é diagnosticada por seu aspecto e às vezes por biópsia, a qual demonstra angiogênese na pele.

O tratamento típico para a verruga peruana é a azitromicina por 7 a 14 dias. A rifampicina uma vez ao dia por 21 a 28 dias ou a ciprofloxacina por 14 dias são agentes alternativos.

O tratamento da verruga peruana com a maioria dos antibióticos induz remissão, mas a recidiva é comum e requer terapia prolongada.

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