A displasia fibromuscular inclui um grupo heterogêneo de alterações arteriais não ateroscleróticas e não inflamatórias, que causam algum grau de estenose, oclusão ou aneurisma vascular.
A displasia fibromuscular geralmente ocorre em mulheres com 40 a 60 anos. A causa é desconhecida. Entretanto, pode haver um componente genético e o tabagismo pode ser um fator de risco. A displasia fibromuscular é mais comum entre pessoas com determinadas doenças do tecido conjuntivo (p. ex., síndrome de Ehlers-Danlos tipo 4, necrose cística da média, nefrite hereditária, neurofibromatose).
A displasia da média, o tipo mais comum, é caracterizada por regiões alternadas de cristas fibromusculares espessas e finas contendo colágeno ao longo da média. Na displasia perimedial, ocorre extensa deposição de colágeno na metade externa da média. A displasia fibromuscular pode afetar as artérias renais (em 60 a 75% dos pacientes), artérias carótidas e intracranianas (25 a 30%), artérias intra-abdominais (9%) ou artérias ilíacas externas (5%).
A displasia fibromuscular geralmente é assintomática, independentemente da localização. Os sintomas, quando ocorrem, variam de acordo com a localização:
Artérias carótidas: sintomas de ataque isquêmico transitório ou acidente vascular encefálico
Artérias intra-abdominais: sintomas de isquemia mesentérica (raros)
Artérias intracranianas: sintomas de aneurisma encefálico
Artérias das pernas: claudicação nas coxas e panturrilhas, sopros femorais e diminuição dos pulsos femorais
Artérias renais: hipertensão secundária
A ultrassonografia pode sugerir o diagnóstico, mas o diagnóstico definitivo da displasia fibromuscular é feito ao se detectar na angiografia uma aparência de contas (na displasia da média ou perimédia) ou uma banda concêntrica ou um estreitamento longo e liso (em outras formas).
O tratamento da displasia fibromuscular varia de acordo com a localização. Pode envolver uma angioplastia transluminal percutânea isolada, uma angioplastia percutânea com inserção de stent, uma cirurgia de revascularização miocárdica ou um reparo de aneurisma. A interrupção do tabagismo é importante. O controle de outros fatores de risco para aterosclerose (hipertensão, dislipidemia, diabetes) ajuda a prevenir o desenvolvimento acelerado de estenoses arteriais que limitam o fluxo.
Pontos-chave
A displasia fibromuscular é mais comum em mulheres com 40 a 60 anos de idade.
Pacientes com doença do tecido conjuntivo, tabagistas ou com uma história familiar têm maior risco.
O tratamento depende da localização e inclui angioplastia, cirurgia de revascularização miocárdica ou reparo de aneurisma.