Disfonia espasmódica (espasmos de pregas vocais) é o espasmo intermitente dos músculos laríngeos, que provocam anormalidade na produção vocal.
A disfonia espasmódica consiste em uma distonia idiopática que afeta os músculos da laringe durante movimentos laríngeos específicos. Como forma localizada de distúrbio motor, a disfonia espasmódica tem início por volta dos 30 aos 50 anos, e cerca de 60% dos pacientes são mulheres.
Há 3 formas:
Disfonia espasmódica adutora
Disfonia espasmódica abdutora
Disfonia espasmódica mista
Na disfonia espasmódica adutora, a voz do paciente parece esganada, forçada ou tensa devido ao fechamento descontrolado das pregas vocais durante a fala. Esses episódios de espasmos costumam ocorrer em fonemas vogais, em particular no início das palavras.
Na disfonia espasmódica abdutora, que é menos comum, interrupções súbitas da emissão vocal, provocadas por abertura descontrolada das pregas vocais, são acompanhadas por escape de ar audível durante a fala encadeada.
Aqueles com disfonia espasmódica mista podem apresentar características da disfonia espasmódica tanto adutora quanto abdutora, em graus variados e dependendo do momento.
(Ver também Visão geral dos distúrbios laríngeos.)
Tratamento da disfonia espasmódica
Injeção de toxina botulínica
Secção seletiva do nervo laríngeo e cirurgia de reinervação
Na disfonia espasmódica adutora, a injeção de toxina botulínica (BoNT) nos adutores vocais tornou-se o padrão de tratamento. As injeções direcionadas resultam em uma voz normal em aproximadamente 70% dos pacientes, ao longo de um tratamento de 3 meses. Como o efeito da BoNT é temporário, as injeções devem ser repetidas para manter a melhora. A secção seletiva do nervo laríngeo com cirurgia de reinervação também é uma opção em certos centros. A secção do nervo laríngeo sem reinervação mostrou resultar em sincinesia e não é a abordagem preferida para essa condição.
Para disfonia espasmódica abdutora, nenhum tratamento conhecido alivia permanentemente o distúrbio, mas alcançou-se melhora temporária com a toxina botulínica aplicada ao músculo cricoaritenoideo posterior (único abdutor das pregas vocais, 1, 2). A medialização cirúrgica (deslocando-se para a linha média inserindo um espaçador ajustável lateralmente) de ambas as pregas vocais tem algum benefício para alguns pacientes (3).
Referências sobre tratamento
Mor N, Simonyan K, Blitzer A: Central voice production and pathophysiology of spasmodic dysphonia. Laryngoscope 128(1):177-183, 2018. doi:10.1002/lary.26655
Dharia I, Bielamowicz S: Unilateral versus bilateral botulinum toxin injections in adductor spasmodic dysphonia in a large cohort [published online ahead of print, 2019 Dec 14]. Laryngoscope 10.1002/lary.28457, 2019. doi:10.1002/lary.28457
Dewan K, Berke GS: Bilateral vocal fold medialization: a treatment for abductor spasmodic dysphonia. J Voice 33(1):45-48, 2019. doi:10.1016/j.jvoice.2017.09.027