Síndrome metabólica

(Síndrome X; Síndrome de resistência à insulina)

PorShauna M. Levy, MD, MS, Tulane University School of Medicine;
Michelle Nessen, MD, Tulane University School of Medicine
Revisado/Corrigido: nov. 2023
Visão Educação para o paciente

A síndrome metabólica caracteriza-se por uma grande circunferência abdominal (decorrente do excesso de tecido adiposo abdominal), hipertensão, glicemia de jejum ou resistência à insulina e dislipidemia. Causas, complicações, diagnóstico e tratamento são similares àqueles da obesidade.

A incidência da síndrome metabólica muitas vezes é comparada à da obesidade e do diabetes tipo 2. A prevalência da síndrome metabólica aumenta com a idade; em um estudo nos Estados Unidos, essa prevalência foi de aproximadamente 23% na população em geral e de 44% em pessoas com 60 a 69 anos e 42% naquelas com ≥ 70 anos (1). Crianças e adolescentes podem desenvolver síndrome metabólica, mas nessas faixas etárias, nenhuma definição estrita está estabelecida.

O desenvolvimento da síndrome metabólica depende tanto da distribuição quanto da quantidade de tecido adiposo. O excesso de adiposidade central (chamada de forma de maçã), em particular quando resulta em alta razão cintura-quadril (refletindo uma razão massa muscular-gordura relativamente baixa), aumenta o risco. A síndrome é menos comum entre as pessoas que acumulam gordura no quadril (“em forma de pera”) e naquelas que apresentam baixa relação cintura-quadril.

O excesso de gordura abdominal ocasiona proliferação de ácidos graxos livres na veia porta, aumentando a concentração de gordura no fígado. A gordura também se acumula nas células musculares. Ocorre resistência à insulina, com hiperinsulinemia. O metabolismo da glicose é prejudicado, havendo dislipidemias e hipertensão. Tipicamente, os níveis séricos de ácido úrico estão elevados (aumentando o risco de gota), desenvolvendo-se um estado inflamatório e um estado protrombótico (com níveis mais altos de fibrinogênio e inibidor do ativador de plasminogênio I).

Alguns especialistas acreditam que o estresse crônico provoca alterações hormonais que contribuem para a obesidade abdominal, resistência a insulina e baixos níveis séricos de HDL.

Os riscos da síndrome metabólica são

Referência

  1. 1. Ford ES, Giles WH, Dietz WH: Prevalence of the metabolic syndrome among US adults: Findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA 287 (3):356–359, 2002. doi: 10.1001/jama.287.3.356

Diagnóstico da síndrome metabólica

  • Circunferência da cintura e pressão arterial

  • Glicemia de jejum e perfil lipídico

O rastreamento da síndrome metabólica é importante. História familiar mais medida da cintura e pressão arterial são parte dos cuidados de rotina. Se pacientes com história familiar de diabetes tipo 2, particularmente aqueles com 40 anos, tiverem medida de circunferência maior que o recomendado para raça e sexo, deve-se determinar glicemia de jejum e perfil lipídico.

A síndrome metabólica tem muitas definições diferentes; mas, na maioria das vezes, é diagnosticada na presença de 3 dos seguintes fatores (ver tabela Critérios que costumam ser utilizados para o diagnóstico da síndrome metabólica):

  • Excesso de gordura abdominal

  • Alto nível de glicemia de jejum

  • Hipertensão

  • Alto nível de triglicérides

  • Baixo nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL)

Tabela
Tabela

Tratamento da síndrome metabólica

  • Dieta saudável para o coração e atividade física

  • Medicamentos como metformina e estatinas

  • Medicamentos antiobesidade e cirurgia metabólica e bariátrica

  • Cessação do tabagismo

  • Monitoramento do estresse

Idealmente, a abordagem com base em dieta saudável e atividade física regular resulta em perda ponderal, a atividade física inclui uma combinação de exercícios aeróbicos e treino de resistência, reforçados com terapia comportamental. Metformina, um sensibilizador de insulina ou uma tiazolidinediona (p. ex., rosiglitazona, pioglitazona) podem ser úteis. Perda ponderal de 7% pode ser suficiente para reverter a síndrome; mas se não for, cada característica da síndrome deve ser controlada para alcançar os alvos recomendados; os medicamentos disponíveis são bastante eficazes.

A obesidade é tratada com medicamentos anti-obesidade (p. ex., orlistate, fentermina, liraglutide) e, se necessário, cirurgia metabólica e bariátrica

Outros fatores de risco cardiovascular (p. ex., cessação do tabagismo) também devem ser controlados. O aumento da atividade física proporciona benefícios cardiovasculares mesmo que não haja perda ponderal.

Os pacientes com dislipidemia devem ser tratados com estatinas.

Recomenda-se o controle do estresse (por exemplo, exercícios de respiração profunda, meditação, apoio psicológico, aconselhamento).

Pontos-chave

  • O excesso de adiposidade abdominal leva à glicemia anormal em jejum ou resistência à insulina, dislipidemias e hipertensão; ter 3 ou mais dessas condições define a síndrome metabólica.

  • A síndrome metabólica é extremamente comum (p. ex., prevalência possivelmente nos Estados Unidos de > 40% em pessoas com > 60 anos).

  • Determinar a circunferência da cintura, pressão arterial, glicemia plasmática em jejum e perfil lipídico.

  • Enfatizar que é necessário seguir uma dieta saudável e praticar exercícios, gerenciar os fatores de risco cardiovascular; se essas medidas não forem completamente eficazes, considerar o uso de medicamentos antiobesidade e/ou cirurgia metabólica e bariátrica.

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