Bullying é uma forma de violência, na qual ataques verbais, emocionais, físicos e/ou psicológicos são feitos com o intuito de dominar ou humilhar outra pessoa.
(Consulte também Considerações gerais sobre os problemas sociais que afetam as crianças e suas famílias e consulte Violência em crianças e adolescentes.)
O bullying pode ocorrer em todas as idades, desde a pré-escola até a idade adulta. Quase todas as crianças viverão bullying em algum momento, quer pratiquem bullying com outras crianças ou sofram bullying e/ou testemunhem outras pessoas sofrendo bullying. Tanto meninos quanto meninas podem praticar o bullying. Apesar de os adultos frequentemente considerarem o bullying como uma parte normal da infância, ele não é normal. Muitas vítimas são física ou emocionalmente prejudicadas pelo bullying. Além disso, as próprias pessoas que praticam o bullying aprendem comportamentos negativos que, caso não sejam corrigidos, podem dar origem a mais violência. Com o aumento das tensões no mundo em termos de saúde reprodutiva, orientação sexual e questões de gênero, racismo e outros discursos e ações de ódio, crianças e adolescentes correm um risco maior de sofrer bullying por suas crenças ou diferenças percebidas.
Uma pesquisa feita pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos em 2021 revelou que, no ano passado, 15% dos alunos do ensino médio informaram terem sofrido bullying na escola e 16% dos alunos informaram ser vítimas de bullying eletrônico (chamado cyberbullying). De acordo com a pesquisa dos CDC, alunas do sexo feminino tinham maior probabilidade de sofrer bullying na escola do que alunos do sexo masculino, e alunos LGBTQIA+ e alunos que tinham parceiros do mesmo sexo tinham maior probabilidade de sofrer bullying na escola do que outros alunos. A probabilidade de alunos negros sofrerem bullying na escola era menor do que alunos da maioria dos outros grupos raciais e étnicos. Alunos indígenas americanos ou nativos ou brancos do Alasca tinham maior probabilidade de sofrer cyberbullying do que estudantes da maioria dos outros grupos raciais e étnicos, e estudantes LGBTQIA+ e alunos com parceiros do mesmo sexo tinham maior probabilidade de sofrer cyberbullying do que outros alunos.
Formas de bullying
O bullying pode ser praticado de diversas formas, incluindo
Implicância frequente
Danos à propriedade
Ameaças
Exclusão
Intimidação
Assédio
Ataque violento
Cyberbullying (bullying eletrônico)
Cyberbullying é o uso de mídia digital (como e-mails, mensagens de texto, mensagens de tweet e sites de mídias sociais) para intencionalmente constranger ou transmitir informações falsas ou hostis sobre outra criança. O “sexting” (contração de “sex” e “texting” em inglês), que é o ato de compartilhar mensagens, fotografias ou vídeos de caráter sexual (geralmente pelo telefone celular), pode ser uma forma de cyberbullying se as mensagens ou imagens forem intencionalmente compartilhadas com outras pessoas com o intuito de constranger ou prejudicar a criança de quem partiu a mensagem ou imagem.
Crianças que sofrem bullying
As crianças que sofrem bullying podem contar aos familiares ou amigos, mas muitas vezes ficam muito constrangidas e assustadas para contar aos professores ou outros adultos em posição de autoridade (como treinadores). Os professores permanecem com frequência ignorantes de que o assédio está ocorrendo. As vítimas de bullying podem se recusar a ir à escola, parecer tristes ou retraídas ou tornar-se temperamentais. Elas também correm o risco de sofrer lesões autoinfligidas, baixa autoestima e ansiedade. Em muitos casos, as próprias vítimas de bullying acabam se tornando praticantes do bullying.
As crianças que sofrem bullying precisam ser tranquilizadas e informadas que bullying é sempre inaceitável. Elas podem responder ao praticante do bullying ao
Contar a um adulto
Afastar-se da situação
Mudar suas rotinas para evitar o praticante do bullying
Procurar aconselhamento
Por motivos de segurança, a vítima de bullying não deve confrontar o praticante do bullying diretamente. As crianças devem ser ensinadas a ignorar e a não se sentirem incomodadas pelo praticante do bullying, o que reduz a satisfação do praticante do bullying e acaba diminuindo o bullying. Elogiar a coragem da vítima por ter delatado o praticante do bullying pode ajudar a reconstruir sua autoestima.
Se o bullying ocorrer na escola, os pais devem informar os funcionários da escola. Os pais da criança que sofre bullying podem ou não se sentir confortáveis em informar os pais do praticante do bullying, mas devem evitar confrontos, que podem ser contraproducentes fazendo com que os pais do praticante do bullying fiquem na defensiva. As vítimas podem temer que contar aos pais do praticante do bullying possa piorar o bullying, mas isso frequentemente cessa o bullying, especialmente se a discussão for positiva e não acusatória e se concentrar no comportamento prejudicial.
Os pais do praticante do bullying devem deixar claro para a criança que o bullying é inaceitável. Os pais devem, igualmente, insistir que o praticante do bullying se desculpe e corrija seu comportamento perante a vítima. Fazer isso pode ajudar o praticante do bullying a distinguir o certo do errado, tornar o praticante de bullying mais sensível às outras crianças e fazer os outros verem o praticante do bullying de maneira mais empática. Os pais do praticante do bullying devem vigiar seu filho de perto para garantir que o bullying de fato parou.
Aconselhamento é recomendável tanto para a criança que sofreu bullying como para a criança que está praticando o bullying. Os praticantes do bullying estão com frequência expressando suas necessidades não atendidas ou tomando como modelo o comportamento agressivo de um pai/mãe ou irmão/irmã.
O bullying não deve ser ignorado. A coisa mais importante que um pai/mãe, professor ou outro adulto pode fazer quando observar o bullying é lidar com ele imediatamente. A melhor maneira de intervir depende da idade das crianças e da natureza do bullying, bem como do relacionamento do adulto com as crianças. Contudo, seja lidando com crianças pequenas ou alunos do ensino médio, a intervenção por um adulto é necessária independentemente do tipo de bullying.
Praticantes do bullying
Muitas crianças praticam bullying contra outras crianças. As crianças que praticam bullying a outras crianças correm o risco de se desenvolverem com resultados ruins e são mais propensas a serem presas no futuro. Os praticantes do bullying têm menos probabilidade de continuar na escola, ter um emprego ou ter relacionamentos estáveis quando forem adultos.
Infelizmente, existem muitos exemplos na mídia nacional e social sobre adultos se comportando como bullies de outros adultos. Os pais devem visualizar esses exemplos como oportunidades de aprendizagem para seus filhos. É importante que os pais identifiquem o comportamento de bullying em políticos, celebridades, outras figuras públicas e em adultos comuns e ensinem seus filhos o motivo porque esse comportamento é considerado bullying e como eles devem responder caso se deparem com este tipo de comportamento.
Mais informações
Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.
Resumo e tendências dos dados da YRBS: Recurso dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) fornecendo informações sobre tendências em comportamentos de risco de jovens (por exemplo, comportamento sexual, uso de substâncias e saúde mental) em estudantes do ensino médio nos Estados Unidos entre 2011 e 2021
Esses recursos fornecem informações sobre bullying, como diferentes tipos de bullying, como identificar e evitar o bullying, e como parar e enfrentar o bullying: