Pneumotórax

(Pulmão colapsado)

PorNajib M Rahman, BMBCh MA (oxon) DPhil, University of Oxford
Revisado/Corrigido: ago. 2023
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Fatos rápidos

Pneumotórax é o colapso parcial ou total do pulmão devido à presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica.

  • Os sintomas incluem dificuldade respiratória e dor torácica.

  • O diagnóstico é feito por radiografia ou ultrassonografia torácica.

  • Normalmente, o tratamento inclui drenagem do ar através de um tubo, às vezes um tubo fino e flexível (cateter), inserido no tórax.

(Consulte também Considerações gerais sobre doenças da pleura e do mediastino.)

A pressão no espaço pleural costuma ser inferior à pressão no interior dos pulmões ou na parte externa do tórax. Se se desenvolver uma perfuração que estabeleça uma conexão entre o espaço pleural e o interior dos pulmões ou a parte externa do tórax, o ar entra no espaço pleural até que a pressão fique equilibrada ou a conexão se feche. Quando há ar no espaço pleural, o pulmão entra em colapso parcial. Às vezes, grande parte do pulmão ou todo o órgão entra em colapso, o que causa falta de ar.

Um pneumotórax espontâneo primário é um pneumotórax que ocorre sem nenhuma causa aparente em pessoas sem doença pulmonar conhecida. Em geral, o pneumotórax espontâneo primário é provocado pela ruptura de uma pequena área debilitada do pulmão (bolha). A doença é mais comum em homens altos com menos de 40 anos, particularmente em fumantes. A maioria das pessoas se recupera totalmente. Porém, o pneumotórax espontâneo primário é recorrente em até 50% das pessoas.

O pneumotórax espontâneo secundário ocorre em pessoas com alguma doença pulmonar subjacente. Esse tipo de pneumotórax ocorre mais frequentemente com a ruptura de uma bolha em pessoas idosas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas também ocorre em pessoas com outras doenças pulmonares, como fibrose cística, asma, histiocitose pulmonar de células de Langerhans, sarcoidose, abscesso pulmonar, tuberculose e pneumonia por Pneumocystis. Devido à doença pulmonar subjacente, os sintomas e os resultados geralmente são piores no pneumotórax espontâneo secundário. A taxa de recorrência é similar à do pneumotórax espontâneo primário.

Um pneumotórax catamenial é uma forma rara de pneumotórax espontâneo secundário. Ele ocorre 48 horas após o início da menstruação em mulheres na pré-menopausa e, algumas vezes, em mulheres na pós-menopausa tomando estrogênio. A causa é a endometriose no tórax, possivelmente devido a tecido do revestimento do útero (endométrio) indo para os pulmões através de uma abertura no diafragma ou pelas veias (endometriose é um termo médico usado quando tecido endometrial aparece em qualquer lugar fora do útero).

Também pode ocorrer um pneumotórax após uma lesão ou um procedimento médico que introduza ar no espaço pleural (chamado pneumotórax traumático). Procedimentos médicos como toracocentese, broncoscopia ou toracoscopia podem causar pneumotórax traumático. Os ventiladores artificiais podem causar danos aos pulmões resultando em pneumotórax – mais frequentemente em pessoas com DPOC ou síndrome da angústia respiratória aguda grave. Alterações na pressão pulmonar (como as que ocorrem com mergulhadores [barotrauma] e pilotos de avião) podem aumentar o risco de pneumotórax.

Sintomas de pneumotórax

Os sintomas variam muito, dependendo da quantidade de ar que entra no espaço pleural, de quanto do pulmão entra em colapso e da função pulmonar da pessoa antes de ocorrer o pneumotórax. Eles podem estar ausentes ou se manifestarem variando desde um pouco de falta de ar à dor torácica e dificuldade respiratória graves, choque e parada cardíaca com risco à vida.

Na maioria das vezes, uma dor torácica aguda, falta de ar e, ocasionalmente, tosse seca começam subitamente. A dor também pode ser sentida nos ombros, pescoço ou abdome. Os sintomas tendem a ser menos graves em um pneumotórax de desenvolvimento lento do que em um de desenvolvimento rápido.

A menos que o pneumotórax seja muito grande ou se acumule sob pressão causando o colapso dos grandes vasos sanguíneos do tórax (pneumotórax tensional), os sintomas geralmente diminuem enquanto o corpo se adapta ao colapso do pulmão, que começa a se reinflar lentamente, conforme o ar é reabsorvido do espaço pleural.

Diagnóstico de pneumotórax

  • Exame físico

  • Radiografia torácica ou ultrassonografia

Um exame físico geralmente pode confirmar o diagnóstico se o pneumotórax for grande. Usando um estetoscópio, o médico pode observar se há uma parte do tórax que não transmite sons respiratórios normais e se é produzido um som oco, como o produzido por um tambor, quando o tórax é percutido levemente (percussão). Às vezes, o ar se acumula sob a pele do tórax sendo possível ouvir e sentir crepitações quando o tórax é tocado.

Uma radiografia torácica indica a bolsa de ar e a parte colapsada do pulmão delineada pela fina camada pleural interna. A radiografia também pode exibir se a traqueia (uma via respiratória grande que atravessa a parte anterior do pescoço) está sendo desviada para um lado. A ultrassonografia também pode diagnosticar pneumotórax.

Tratamento de pneumotórax

  • Remoção do ar

Um pneumotórax espontâneo primário pequeno geralmente não requer tratamento. Ele normalmente não causa problemas respiratórios graves e o ar é absorvido em alguns dias. A absorção completa de ar em um pneumotórax de dimensões maiores pode levar de duas a quatro semanas. No entanto, o ar pode ser removido mais rapidamente através da inserção de um cateter ou tubo torácico no pneumotórax.

Se um pneumotórax espontâneo primário for grande o bastante para provocar dificuldade respiratória, o ar pode ser removido (aspirado) com uma grande seringa acoplada a um tubo flexível (cateter) inserido no tórax. O cateter pode ser removido ou selado e depois deixado no local por algum tempo para que todo ar que se acumular novamente possa ser retirado. As pessoas com pneumotórax espontâneo primário devem parar de fumar e podem se beneficiar de aconselhamento para parar de fumar.

Um dreno torácico pode ser usado para drenar o ar se a aspiração por cateter não funcionar ou na presença de algum outro tipo de pneumotórax (como um pneumotórax espontâneo secundário ou um pneumotórax traumático). O tubo torácico é inserido através de uma incisão na parede torácica e é conectado a um sistema de drenagem impermeável com selo de água ou a uma válvula de via única que permite a saída de ar sem que este possa retornar. Uma bomba de sucção pode ser anexada ao tubo torácico se continuar havendo vazamento de ar de uma conexão anormal (fístula) entre uma via aérea e o espaço pleural.

Às vezes, é necessário recorrer à cirurgia. Com frequência, a cirurgia é realizada utilizando-se um toracoscópio introduzido através da parede torácica até a cavidade pleural.

Pneumotórax recorrente

Um pneumotórax recorrente pode causar deficiência considerável. Pode ser feita uma cirurgia para prevenir a recorrência de pneumotórax. Geralmente, a cirurgia envolve reparar áreas do pulmão com vazamento e ligar a camada interior à camada exterior da pleura firmemente. Em geral, essa cirurgia é feita através de um toracoscópio assistido por vídeo (tubo que permite ao médico visualizar o espaço pleural). Entre as pessoas que precisam de cirurgia estão

  • Pessoas em alto risco — por exemplo, mergulhadores e pilotos de avião — após o primeiro episódio de pneumotórax

  • Pessoas que desenvolvem pneumotórax espontâneo secundário — após o primeiro episódio de pneumotórax, se a pessoa for suficientemente saudável para se submeter a uma cirurgia

  • Pessoas com pneumotórax que não apresenta melhora ou pneumotórax ocorrido duas vezes no mesmo lado

Se uma pessoa com pneumotórax recorrente não puder tolerar cirurgia por causa de problemas de saúde, o espaço pleural pode ser selado pela administração de uma mistura de talco ou de doxiciclina através do tubo torácico que está drenando ar do espaço. Contudo, selar o espaço pleural desse modo é menos eficaz que uma cirurgia. Quando selado desse modo, o pneumotórax costuma ser recorrente em 15% das pessoas. Contudo, quando é feita uma cirurgia, o pneumotórax surge outra vez somente em 5% das pessoas.

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