Estado de consciência mínima

PorKenneth Maiese, MD, Rutgers University
Revisado/Corrigido: abr. 2024
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Um estado minimamente consciente é grave, mas não é um comprometimento completo da consciência. Ele resulta de danos generalizados no telencéfalo (a parte do cérebro que controla o pensamento e o comportamento).

  • Um estado de consciência mínima pode resultar da lesão cerebral, ou pode seguir um estado vegetativo conforme as pessoas recuperam uma parte da capacidade funcional.

  • Pessoas em estado de consciência mínima fazem algumas coisas que indicam alguma consciência de si próprias e de seu ambiente, tais como estabelecer contato visual.

  • Os médicos diagnosticam estado de consciência mínima somente depois de observarem as pessoas por certo período, e em mais de uma ocasião, e encontrarem algum indício de consciência em pessoas cuja consciência esteja gravemente comprometida.

  • Pessoas em estado de consciência mínima requerem atenção integral, incluindo boa nutrição e medidas para prevenir problemas decorrentes da incapacidade de se mover (como úlceras de decúbito).

Um estado de consciência mínima pode resultar diretamente da lesão cerebral, ou pode seguir um estado vegetativo conforme as pessoas recuperam uma parte da capacidade funcional. As pessoas podem ir e vir entre o estado vegetativo e o estado minimamente consciente, às vezes durante anos após a lesão cerebral original.

Sintomas do estado minimamente consciente

Pessoas em um estado de consciência mínima, ao contrário daquelas em estado vegetativo, fazem algumas coisas que indicam alguma consciência e de seu ambiente. As pessoas podem fazer o seguinte:

  • Realizar contato visual

  • Seguir objetos com seus olhos

  • Tentar alcançar objetos

  • Responder a questões (embora muitas vezes com a mesma palavra, apropriada ou não)

  • Reagir a todos os comandos de uma forma normal, mas geralmente inadequada (por exemplo, piscando)

Diagnóstico do estado minimamente consciente

  • Avaliação médica

  • Exames por imagem, como a ressonância magnética

Os médicos suspeitam de estado de consciência mínima com base nos sintomas. Mas antes de um estado de consciência mínima poder ser diagnosticado, as pessoas devem ser observadas por um período de tempo e em mais de uma ocasião.

Um exame por imagem, como a ressonância magnética (RM) ou a tomografia computadorizada (TC), é feito para verificar a existência de doenças que podem estar causando o problema, especialmente aquelas que podem ser tratadas.

Se o diagnóstico for incerto, os médicos podem realizar outros exames de diagnóstico por imagem – tomografia por emissão de pósitrons (positron emission tomography, PET) ou tomografia computadorizada por emissão de fóton único (single-photon emission computed tomography, SPECT). Esses exames podem indicar o grau de funcionamento do cérebro.

Pode ser feita uma eletroencefalografia (EEG) para verificar se há anormalidades na atividade elétrica do cérebro que sugiram convulsões, as quais podem prejudicar a consciência.

Tratamento do estado minimamente consciente

  • Medidas preventivas para problemas devido à imobilização

  • Boa alimentação

  • Possivelmente certos medicamentos

Atendimento de longo prazo

Como pessoas em coma, aquelas em um estado minimamente consciente necessitam de atenção integral.

Fornecer uma boa alimentação (suporte nutricional) é importante. As pessoas são alimentadas através de um tubo inserido pelo nariz até o estômago (chamado alimentação por sonda). Às vezes, elas são alimentadas por uma sonda inserida diretamente no estômago ou no intestino delgado através de uma incisão na parede abdominal. Os medicamentos também podem ser administrados através desses tubos.

Muitos problemas resultam da incapacidade de se mover e as medidas para evitá-los são essenciais. Por exemplo, o seguinte pode ocorrer:

  • Úlceras de decúbito: Deitar em uma posição pode cortar o fornecimento de sangue para algumas regiões do corpo, fazendo com que a pele rache e úlceras de decúbito se formem.

  • Contraturas: A falta de movimentos pode também levar a rigidez permanente dos músculos (contraturas) fazendo com que as articulações fiquem permanentemente flexionadas.

  • Coágulos sanguíneos: A falta de movimento torna mais provável a formação de coágulos sanguíneos nas veias da perna, o que é denominado trombose venosa profunda.

  • Lesão nos músculos e nervos dos braços e das pernas: Não se movimentar ou ficar deitado em uma só posição por um longo período pode exercer pressão sobre um nervo que passa próximo à superfície do corpo perto de um osso proeminente, como um nervo em um cotovelo, ombro, pulso ou joelho. Essa pressão pode lesionar o nervo. Como resultado, os músculos que o nervo controla não funcionam tão bem.

As úlceras de decúbito podem ser prevenidas pelo reposicionamento frequente da pessoa e colocação de almofadas protetoras sob as partes do corpo que ficam em contato com a cama, como calcanhares, para proteger essas partes.

Para evitar contraturas, os fisioterapeutas movem suavemente as articulações da pessoa em todas as direções (exercícios passivos de amplitude de movimento) ou colocam talas nas articulações em determinadas posições.

A prevenção de coágulos sanguíneos inclui o uso de medicamentos e compressão ou elevação das pernas. A movimentação dos membros, como ocorre em exercícios passivos de amplitude de movimento, também pode ajudar a prevenir coágulos sanguíneos.

Se as pessoas têm incontinência, deve-se tomar cuidado em manter a pele limpa e seca. Se a bexiga não estiver funcionando e urina estiver sendo retida, um tubo (cateter) poderá ser colocado na bexiga para drenar a urina. Os cateteres são limpos cuidadosamente e examinados regularmente para prevenir o desenvolvimento de infecções do trato urinário.

Outros tratamentos

Um número muito pequeno de pessoas melhorou após a prescrição de certos medicamentos, mas apenas enquanto o medicamento foi mantido. Esses medicamentos incluem zolpidem (um sonífero), apomorfina (usada para tratar a doença de Parkinson) e amantadina (usada para tratar infecções virais). No entanto, nenhum tratamento provou ser eficaz em longo prazo.

A musicoterapia pode ter alguns efeitos discretamente benéficos por estimular alguma resposta em pessoas em estado minimamente consciente. Mas a utilidade dessa terapia ainda é incerta.

Prognóstico do estado minimamente consciente

A maioria das pessoas em estado de consciência mínima tende a melhorar continuamente, mas a melhoria é limitada. Algumas pessoas recuperam a capacidade de se comunicar e compreender, por vezes depois de muitos anos. No entanto, poucos se recuperam o suficiente para viver e agir de forma independente. Quanto mais tempo um estado minimamente consciente dura, menos as pessoas podem recuperar a capacidade funcional. No entanto, com cuidados de enfermagem especializados, as pessoas podem viver por anos. A recuperação pode ser melhor quando a causa é uma lesão na cabeça.

Houve relatos de pessoas despertando depois de passar anos no que parece ser um coma. Esses relatos frequentemente envolvem pessoas que estavam em um estado de consciência mínima depois de uma lesão na cabeça.

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