Efeitos do envelhecimento sobre o sistema nervoso

PorKenneth Maiese, MD, Rutgers University
Revisado/Corrigido: jan. 2024
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    O envelhecimento afeta todas as partes do sistema nervoso: o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos (consulte também Alterações no corpo com o envelhecimento: Cérebro e sistema nervoso).

    O funcionamento do cérebro varia normalmente com a passagem dos indivíduos da infância à fase adulta, e depois à velhice. Na infância, a capacidade de pensar e raciocinar aumenta de forma constante, permitindo que a criança aprenda coisas cada vez mais complexas.

    Durante a maior parte da vida adulta, o funcionamento do cérebro é relativamente estável.

    Depois de uma determinada idade, que varia de acordo com a pessoa, o funcionamento do cérebro diminui. Algumas áreas do cérebro diminuem de tamanho em até 1% ao ano em algumas pessoas, mas sem qualquer perda da função. Assim, as alterações relacionadas à idade apenas na estrutura cerebral nem sempre resultam em perda da função cerebral. No entanto, uma diminuição da função cerebral com o envelhecimento pode resultar de numerosos fatores que incluem alterações em substâncias químicas do cérebro (neurotransmissores), alterações nas próprias células nervosas, substâncias tóxicas que se acumulam no cérebro ao longo do tempo, alterações no fluxo de sangue para o cérebro e alterações herdadas. Aspectos distintos do funcionamento do cérebro podem ser afetados em ocasiões diferentes:

    • A memória a curto prazo e a capacidade de aprender coisas novas são afetadas de forma relativamente precoce.

    • As habilidades verbais, incluindo vocabulário e uso das palavras, podem começar a decair mais tarde.

    • O desempenho intelectual (capacidade de processar informações, independentemente da velocidade) é geralmente mantido na ausência de problemas neurológicos ou vasculares subjacentes.

    O tempo de reação e de rendimento pode ser mais demorado, pois o cérebro processa os impulsos com maior lentidão.

    Contudo, os efeitos do envelhecimento sobre o funcionamento do cérebro podem ser difíceis de distinguir dos efeitos de várias doenças comuns em adultos mais velhos. Essas doenças incluem depressão, acidente vascular cerebral, glândula tireoide hipoativa (hipotireoidismo) e doenças cerebrais degenerativas como a doença de Alzheimer.

    Com o envelhecimento, o número de células nervosas no cérebro pode diminuir, embora a perda varie muito em cada caso, dependendo da saúde da pessoa. Além disso, alguns tipos de memória são mais vulneráveis à perda, como a memória que mantém informações temporariamente (memória de curto prazo). Contudo, o cérebro tem certas características que ajudam a compensar essas perdas.

    • Redundância: O cérebro tem mais células do que precisa para funcionar normalmente. A redundância também ajuda a compensar a perda de células nervosas, resultante do envelhecimento ou de doenças.

    • Formações de novas conexões: O cérebro compensa ativamente a redução de células nervosas relacionada à idade formando novas conexões entre as células nervosas remanescentes.

    • Produção de novas células nervosas: Algumas áreas do cérebro podem produzir novas células nervosas, especialmente após uma lesão cerebral ou um acidente vascular cerebral. Essas áreas incluem o hipocampo (que é envolvido na formação e restauração de memórias) e os gânglios basais (que coordenam e suavizam os movimentos).

    Assim, as pessoas que tiveram uma lesão cerebral ou um acidente vascular cerebral podem às vezes aprender novas habilidades, como ocorre durante a terapia ocupacional.

    As pessoas podem influenciar a velocidade de redução do funcionamento do cérebro. Por exemplo, o exercício físico parece reduzir a perda de células nervosas em áreas do cérebro envolvidas na memória. O exercício também ajuda a manter o funcionamento das células nervosas remanescentes. Por outro lado, consumir dois ou mais drinks alcoólicos por dia pode acelerar o declínio do funcionamento cerebral.

    À medida que as pessoas envelhecem, o fluxo sanguíneo para o cérebro em algumas pessoas não muda ou diminui apenas levemente. Mas, em muitas outras, o fluxo sanguíneo diminui cerca de menos de 1% a cada ano. A diminuição do fluxo sanguíneo é maior em indivíduos com aterosclerose das artérias para o cérebro (doença vascular cerebral). É mais provável que essa doença ocorra em pessoas que tenham sido fumantes por um longo período, ou que tenham pressão arterial alta, nível de colesterol alto ou glicose alta (diabetes mellitus) que não possam ser controlados com mudanças no estilo de vida ou com medicamentos. Essas pessoas podem perder células cerebrais prematuramente, com possibilidade de comprometimento do funcionamento mental. Como resultado, o risco de danos nos vasos sanguíneos dando origem à demência vascular em idade relativamente jovem é elevado.

    Você sabia que...

    • O exercício físico pode retardar o declínio relacionado à idade do funcionamento do cérebro.

    Conforme a pessoa envelhece, os discos entre os ossos da coluna (vértebras) se tornam duros e quebradiços, e partes das vértebras podem crescer excessivamente. Como resultado, os discos perdem parte da sua capacidade de amortecer, de modo que a medula espinhal e as ramificações dos nervos que emergem dela (raízes nervosas espinhais) são submetidas a mais pressão. A pressão elevada pode causar lesões nas fibras nervosas no ponto em que elas se ligam na medula espinhal. Essas lesões podem resultar em diminuição sensorial e até diminuição da força e equilíbrio.

    Cérebro: Nervos e artérias

    Conforme a pessoa envelhece, os nervos periféricos podem conduzir os impulsos mais lentamente e a liberação de neurotransmissores é prejudicada, resultando em diminuição sensorial, reflexos mais lentos e até certa falta de coordenação. A condução nervosa pode diminuir porque as bainhas de mielina em torno dos nervos se degeneram. As bainhas de mielina são camadas de tecido que isolam os nervos e a velocidade de condução de impulsos (consulte a figura Estrutura típica de um neurônio).

    Essa degeneração também ocorre porque, conforme as pessoas envelhecem, o fluxo sanguíneo diminui, ocorre crescimento excessivo dos ossos próximos e há maior pressão sobre os nervos, ou ambos. Alterações na função relacionadas à idade podem tornar-se mais perceptíveis quando os nervos são lesionados por outro motivo (por exemplo, pelo diabetes mellitus).

    A resposta do sistema nervoso periférico à lesão é reduzida. Quando o axônio de um nervo periférico em pessoas jovens sofre uma lesão, o nervo consegue se recuperar desde que o corpo celular localizado na medula espinhal (ou próximo a ela) não tenha sido danificado. Essa autorrecuperação é mais lenta e incompleta em pessoas mais velhas, deixando-as mais vulneráveis a lesões e doenças.

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