Mais de 30% dos pacientes internados em um hospital são idosos. E em algum momento, quase a metade dos pacientes no hospital têm 65 anos ou mais. Quase 50% dos idosos atendidos no setor de emergência são internados no hospital.
Quando muitos idosos saem do hospital, é possível que seu estado de saúde esteja pior do que estava antes de ficarem doentes. Parte do motivo desse declínio é que os idosos tendem a ter doenças graves e debilitantes de longa duração antes mesmo de entrarem no hospital (consulte também Problemas devidos à hospitalização).
No entanto, parte do motivo é apenas o fato de estar em um hospital, o que pode provocar problemas por si só, independentemente da idade. Os idosos têm maior probabilidade de já terem tido ou de apresentarem esses problemas e as consequências têm maior probabilidade de serem sérias pelos seguintes motivos:
Confusão: alterações que ocorrem conforme a pessoa envelhece a tornam mais propensa a apresentar confusão repentina e perceptível (ter delírio).
Desidratação: os idosos tendem a ter sede menos rapidamente ou menos intensamente que pessoas mais jovens. Portanto, eles têm propensão a beber menos, especialmente quando as circunstâncias fazem com que obter água seja mais difícil, como ocorre em um hospital.
Quedas: os idosos são mais propensos a cair e, caso isso aconteça, têm maior probabilidade de ter uma lesão séria, tal como um osso fraturado.
Incontinência: é possível que os idosos tenham mais dificuldade para sair de um leito hospitalar elevado depois de terem feito uma cirurgia, quando têm uma doença grave ou quando têm vários equipamentos conectados a eles. Assim, talvez eles não consigam chegar ao banheiro a tempo.
Perda de independência: durante uma internação, os idosos podem se tornar incapazes de se cuidarem sozinhos porque os membros da equipe fornecem esse cuidado (como tomar banho).
Perda de tecido muscular: quando passam muito tempo na cama ou ficam imobilizados, os idosos tendem a perder mais tecido muscular e mais rapidamente.
Úlceras de decúbito: os idosos são propensos a ter úlceras de decúbito porque tendem a ter menos gordura sob a pele e o fluxo de sangue para a pele é menor. Se apresentarem úlceras de decúbito, talvez eles sejam enviados para uma casa de repouso, em vez de irem para sua própria casa, depois que receberem alta do hospital.
Efeitos colaterais de medicamentos: muitos idosos já estão tomando vários medicamentos mesmo antes de serem admitidos no hospital (consulte também Envelhecimento e medicamentos). No hospital, é possível que mais medicamentos sejam receitados. Quanto maior for o número de medicamentos que a pessoa toma, maior a chance de haver efeitos colaterais e de interações medicamentosas. Além disso, os idosos são também mais sensíveis aos efeitos de determinados medicamentos.
Desnutrição: alterações físicas relacionadas à idade, bem como determinadas doenças (incluindo problemas dentários) e medicamentos podem reduzir o apetite ou a absorção de nutrientes.
Muitos idosos têm dificuldade de recuperar-se psicológica e fisicamente depois da experiência de estar em um hospital ou depois da doença que tiveram.
Estratégias preventivas
Alguns hospitais desenvolveram estratégias para prevenir problemas que podem aparecer quando os idosos são hospitalizados. Essas estratégias foram criadas para ajudar os idosos a continuarem a funcionar tão bem quanto funcionavam antes de terem ficado doentes.
Uma equipe interdisciplinar: essa equipe é formada por profissionais de saúde que trabalham em conjunto para cuidar de um idoso. Os membros da equipe avaliam as necessidades da pessoa e coordenam o cuidado hospitalar da pessoa. Os membros da equipe procuram possíveis problemas e os corrigem ou os previnem.
Uma equipe unidisciplinar: essa equipe se concentra na prevenção e no controle de um problema específico, como, por exemplo, desnutrição ou úlceras de decúbito. Essas equipes são geralmente lideradas por um enfermeiro, que fica atento à presença do problema no paciente e desenvolve um plano de tratamento.
Geriatras: esses médicos são treinados especificamente para cuidar de idosos e podem ajudar a prevenir problemas comuns entre eles. Por exemplo, os geriatras evitam receitar medicamentos ou combinações de medicamentos que estão propensos a causar problemas em idosos e talvez suspendam medicamentos cujo benefício é mínimo ou tenham possíveis efeitos colaterais (consulte também Envelhecimento e medicamentos).
Diretrizes: é possível que os hospitais também sigam diretrizes de cuidado (protocolos) desenvolvidas especificamente para idosos.
Uma enfermeira designada: algumas vezes uma enfermeira é designada para ter a responsabilidade principal e para monitorar o cuidado de uma pessoa. Essa enfermeira certifica-se de que outros membros da equipe entendam o plano de tratamento do paciente.
Unidades de enfermagem geriátrica: essas unidades foram criadas para idosos, e a sua equipe é treinada para prestar-lhes os cuidados adequados. Nessas unidades, os idosos são estimulados a sair da cama tão logo quanto possível e o máximo possível. Eles são estimulados a se vestir todas as manhãs, a seguir sua rotina diária comum o máximo possível e a comer em uma sala de jantar em grupo. Se os idosos forem ficar no hospital por um longo tempo, eles são estimulados a personalizar o quarto com fotografias, travesseiros e outros itens familiares. Os membros da equipe estimulam os familiares e os amigos a participar no tratamento.
Tratamento
A agressividade com a qual um tumor é tratado em um hospital não deve depender da idade. Os familiares e os idosos devem conversar com um médico para ter certeza de que as opções de tratamento sejam feitas com base na gravidade da doença, não na idade. No entanto, tratamentos menos agressivos são, às vezes, adequados para os idosos, dependendo de seus desejos e perspectivas, ou seja, de que maneira se espera que ocorra a progressão da doença e da expectativa de vida do paciente. Ter instruções prévias, que declaram o tipo de tratamento que a pessoa quer, é bastante importante para os idosos.