Neuroblastoma

PorKee Kiat Yeo, MD, Harvard Medical School
Revisado/Corrigido: jun. 2024
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Fatos rápidos

O neuroblastoma é um câncer infantil comum, que cresce em partes do sistema nervoso ou nas glândulas adrenais.

  • Frequentemente não se sabe a causa do neuroblastoma.

  • Os sintomas dependem de onde os neuroblastomas se desenvolvem, como no abdômen, no tórax, na pele ou na medula espinhal.

  • O diagnóstico geralmente envolve um exame por imagem e uma biópsia.

  • O tratamento depende da idade da criança e das características específicas do câncer e pode incluir cirurgia, quimioterapia e radiação.

(Consulte também Considerações gerais sobre o câncer na infância.)

Um neuroblastoma se desenvolve num determinado tipo de tecido nervoso localizado em muitas áreas do corpo. Ele se origina normalmente nos nervos do abdômen ou do tórax, com maior frequência nas glândulas adrenais (situadas acima de cada rim). Em mais de metade das crianças, o câncer já se espalhou para outras partes do corpo (metastizou) quando um médico é consultado.

O neuroblastoma é o câncer mais comum em bebês. Cerca de 90% de todos os neuroblastomas ocorrem em crianças com menos de cinco anos de idade. Com muito raras exceções, os neuroblastomas ocorrem apenas em crianças.

A causa do neuroblastoma é frequentemente desconhecida. A maioria destes tumores ocorre espontaneamente. Os neuroblastomas raramente são um problema de família.

Você sabia que...

  • O neuroblastoma é o câncer mais comum em bebês.

Sintomas do neuroblastoma

Os sintomas de neuroblastoma dependem do local de origem do neuroblastoma e de ele ter se espalhado ou não, como segue:

  • Origem no abdômen: Os sintomas mais comuns incluem abdômen grande, sensação de se estar cheio, redução do apetite e dores abdominais.

  • Origem no tórax ou pescoço: a criança pode tossir ou ter dificuldade para respirar.

  • Espalhado para os ossos: a criança sente dores nos ossos. Caso o câncer atinja a medula óssea, o número de diversos tipos de células sanguíneas pode ser reduzido, causando outros sintomas. Por exemplo, um número reduzido de glóbulos vermelhos (anemia) causa fadiga e, às vezes, palidez cutânea (pele pálida). A redução do número de plaquetas causa formação fácil de hematomas e pequenas manchas roxas na pele. Uma redução nos glóbulos brancos aumenta o risco de infecções.

  • Espalhado para a pele: nódulos aparecem.

  • Espalhado para a medula espinhal: A criança pode sentir fraqueza e dormência nos braços e pernas, ou ela pode não conseguir controlar voluntariamente algumas partes do corpo.

Algumas crianças podem apesentar, com menos frequência, sintomas de um distúrbio denominado síndrome de Horner. Na síndrome de Horner, um tumor no pescoço pressiona os nervos que afetam um dos lados do rosto. As crianças apresentam queda palpebral, uma pupila pequena e redução da sudorese em um dos lados do rosto.

A maioria dos neuroblastomas produz catecolaminas. Catecolaminas são hormônios que tendem a aumentar a frequência cardíaca e causar ansiedade. Podem ocorrer outras síndromes associadas ao câncer (denominadas síndromes paraneoplásicas), como movimentos oculares incontroláveis (opsoclonia) e contrações rápidas dos braços e pernas (mioclonia), diarreia aquosa ou hipertensão arterial.

Diagnóstico do neuroblastoma

  • Tomografia computadorizada (TC) ou imagem por ressonância magnética (RM)

  • Biópsia

  • Às vezes, análise da medula óssea e exames de urina

O neuroblastoma é mais comumente encontrado quando crianças são avaliadas por causa dos seus sintomas.

Antes do nascimento, às vezes, um ultrassom pré-natal de rotina detecta um neuroblastoma em um feto.

Depois do nascimento, se o câncer tiver crescido o suficiente, um médico poderá sentir um nódulo no abdômen da criança.

O médico que suspeita da presença de neuroblastoma realiza um exame de TC ou RM do abdômen. Caso um tumor seja encontrado, uma amostra é removida e enviada ao laboratório para análise (biópsia). Uma amostra de medula óssea pode ser coletada para verificar a presença de células cancerosas (consulte Exame da medula óssea).

Uma amostra de urina pode ser analisada para níveis excessivos de catecolaminas (que podem ser produzidas pelo tumor).

Os seguintes itens podem ser realizados pelo médico para detectar se houve ou não disseminação do câncer:

  • TC ou RM do abdômen, pélvis e tórax e, às vezes, do cérebro

  • Biópsia de qualquer massa identificada

  • Exame de uma amostra da medula óssea

  • Uma cintilografia óssea ou exame de imagem que utiliza um material radioativo chamado metaiodobenzilguanidina (MIBG), que ajuda o médico a ver se houve disseminação do neuroblastoma

O médico utiliza todas estas informações para determinar se o risco do tumor é baixo, intermediário ou de alto risco.

Tratamento do neuroblastoma

  • Remoção cirúrgica

  • Quimioterapia

  • Às vezes, radioterapia

  • Às vezes, é realizado transplante de células-tronco

  • Imunoterapia

(Consulte também Princípios do tratamento do câncer.)

O tratamento do neuroblastoma dependerá de sua categoria de risco.

O neuroblastoma que não se espalhou e apresenta baixo risco pode ser frequentemente removido e curado por meio de cirurgia.

Crianças com doença de risco alto ou intermediário recebem quimioterápicos, como vincristina, ciclofosfamida, doxorrubicina, etoposídeo e cisplatina.

A combinação de quimioterapia de alta dose e transplante de células-tronco é usada com frequência em crianças com doença de alto risco. Para reduzir o risco de recorrência do câncer depois da quimioterapia de alta dose e do transplante de células-tronco, essas crianças recebem retinoide, que é uma substância química relacionada à vitamina A.

A radioterapia pode ser utilizada em crianças com doença de risco intermediário ou no caso de tumores inoperáveis e é o tratamento padrão para tumores em crianças com doença de alto risco.

A imunoterapia é usada para tratar crianças com doença de alto risco. Esta terapia é usada para estimular o sistema imunológico do organismo a combater o câncer.

Prognóstico de neuroblastoma

O prognóstico depende de diversos fatores, como a idade da criança na época do diagnóstico, se houve ou não disseminação do tumor e alguns atributos do tumor, as chamadas características biológicas (por exemplo, a aparência microscópica do tumor e alguns atributos do DNA dentro das células tumorais). O melhor prognóstico ocorre em crianças mais novas, cujo câncer não se espalhou.

As taxas de sobrevida em crianças com doença de baixo risco e de risco intermediário são de aproximadamente 90% a 95%.

A taxa de sobrevida em crianças com doença de alto risco era de aproximadamente 15%, mas melhorou para mais de 50% devido a métodos mais modernos e intensificados de terapia combinada.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. American Cancer Society: Se seu filho ou filha for diagnosticado(a) com câncer: Um recurso para os pais e pessoas próximas a uma criança com câncer que fornece informações sobre como lidar com alguns dos problemas e perguntas que surgem logo após a criança ser diagnosticada

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