Fraturas dos arcos costais

PorThomas G. Weiser, MD, MPH, Stanford University School of Medicine
Revisado/Corrigido: abr. 2024
Visão Educação para o paciente

Um ou mais arcos costais podem estar fraturados em decorrência de lesão torácica fechada.

(Ver também Visão geral do trauma torácico.)

As fraturas de arco costal resultam, normalmente, de uma lesão fechada na parede torácica, envolvendo, frequentemente, um grande esforço (p. ex., desaceleração de alta velocidade, tacada de beisebol ou queda); no entanto, algumas vezes, em idosos, um esforço leve ou moderado (p. ex., em uma pequena queda) é suficiente. Se houver fratura em 3 arcos costais adjacentes em 2 lugares distintos, o segmento fraturado resulta em tórax instável.

Dicas e conselhos

  • Trauma menor (p. ex., decorrente de queda da própria altura) em idosos pode causar fraturas dos arcos costais que podem ter consequências fatais.

Lesões torácicas concomitantes podem ocorrer, incluindo

Complicações

A maioria das complicações das fraturas de arcos costais resulta de lesões concomitantes. As fraturas isoladas dos arcos são dolorosas, mas raramente causam complicações. No entanto, a utilização de uma cinta inspiratória (inspiração incompleta devido à dor) pode causar atelectasia e pneumonia, especialmente nos idosos ou pacientes com fraturas múltiplas. Como resultado, pacientes idosos têm altas taxas de mortalidade (até 20%) quando apresentam múltiplas fraturas de arcos costais. Pacientes jovens e saudáveis e pessoas com 1 ou 2 fraturas dos arcos costais raramente desenvolvem essas complicações.

Sinais e sintomas da fratura de arcos costais

A dor é acentuada, agravada por movimento do tronco (incluindo tosse ou respiração profunda) e permanece por várias semanas. Os arcos costais afetados são bastante sensíveis; às vezes, o médico pode detectar crepitação ao longo do arco costal afetado à medida que o segmento da fratura move-se durante a palpação.

Diagnóstico da fratura de arco costal

  • Em geral, radiografia de tórax

Palpação da parede torácica pode identificar algumas fraturas dos arcos costais. Alguns médicos acham que a história e o exame físico são adequados em pacientes saudáveis com pequenos traumas. Mas nos pacientes com trauma fechado importante, geralmente é feita uma radiografia de tórax para avaliar lesões concomitantes (p. ex., pneumotórax, contusão pulmonar). Muitas fraturas de arcos costais não são visíveis na radiografia; podem ser feitas incidências específicas para os arcos costais, mas a identificação de todas as fraturas de arcos por radiografia é geralmente desnecessária. Outros exames diagnósticos, como TC, são feitos para verificar lesões concomitantes clinicamente suspeitas.

Tratamento da fratura de arco costal

  • Analgesia

  • Higiene pulmonar

  • Estabilização cirúrgica

O tratamento das fraturas de arco costal geralmente requer analgésicos opioides, embora os opioides também possam deprimir a respiração e piorar a atelectasia. Alguns médicos prescrevem anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) simultaneamente.

Para minimizar complicações pulmonares, os pacientes devem, consciente e frequentemente, respirar de maneira profunda e tossir (p. ex., de hora em hora enquanto estiverem acordados) quando acordados. O apoio (essencialmente com cinta) da área afetada com a palma da mão ou um travesseiro pode minimizar a dor durante a respiração profunda ou tosse. Os pacientes são hospitalizados se tiverem 3 fraturas ou insuficiência cardiopulmonar subjacente. A imobilização (p. ex., com ataduras ou bandagens) deve ser evitada, pois isso restringe a respiração e pode predispor à atelectasia e pneumonia. Se os pacientes não conseguem tossir ou respirar profundamente, apesar dos analgésicos orais ou IV a administração epidural ou o bloqueio do nervo intercostal podem ser considerados.

Alguns pacientes específicos podem se beneficiar da estabilização cirúrgica das fraturas de arcos costais, particularmente no caso de tórax instável com insuficiência respiratória ou contínua instabilidade, deformidade, ou dor na parede torácica decorrente de não consolidação ou má consolidação (1, 2).

Referências sobre o tratamento

  1. 1. Kasotakis G , Hasenboehler EA, Streib EW, et al: Operative fixation of rib fractures after blunt trauma: A practice management guideline from the Eastern Association for the Surgery of Trauma. J Trauma Acute Care Surg 82(3), 618-626, 2017. doi: 10.1097/TA.0000000000001350

  2. 2. Dehghan N, Nauth A, Schemitsch E, et al: Operative vs nonoperative treatment of acute unstable chest wall injuries: A randomized clinical trial. JAMA Surg 157(11):983, 2022. doi: 10.1001/jamasurg.2022.4299

Pontos-chave

  • A morbidade é resultado de lesão subjacente de pulmão, baço, vaso ou evolução para pneumonia por imobilização, em vez das próprias fraturas dos arcos costais.

  • Em geral, a identificação por radiografia de todas as fraturas dos arcos costais é desnecessária.

  • A dor pode ser grave e durar semanas, geralmente exigindo analgésicos opioides.

  • Não se devem utilizar ataduras ou bandagens, pois estas restringem a respiração e podem predispor à atelectasia e pneumonia.

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