Linfoma cutâneo de células T

(Micose fungoide; síndrome de Sézary)

PorPeter Martin, MD, Weill Cornell Medicine;
John P. Leonard, MD, Weill Cornell Medicine
Revisado/Corrigido: mar. 2024
Visão Educação para o paciente

Micose fungoide e síndrome de Sézary são linfomas não Hodgkin de células T crônicos incomuns que atingem primariamente a pele e, algumas vezes, os linfonodos.

(Ver também Visão geral dos linfomas e Linfoma não Hodgkin.)

Os 2 principais tipos de linfomas cutâneos de células T são

  • Micose fungoide

  • Síndrome de Sézary

Representam menos de 5% de todos os casos de linfoma.

Linfomas de células T cutâneos têm início insidioso. Os pacientes podem inicialmente apresentar exantema pruriginoso e crônico difícil de diagnosticar, mesmo com biópsias. Esse pródromo pode existir durante muitos anos até que o diagnóstico de linfoma cutâneo de células T acabe sendo feito.

As lesões da micose fungoide são caracterizadas como manchas, placas ou nódulos tumorais; os nódulos costumam ulcerar e infectar.

Na síndrome de Sézary, geralmente a pele é difusamente eritematosa com fissuras nas palmas das mãos e plantas dos pés. Em pacientes com pele escura, o eritema pode ser sutil.

Em geral, a linfadenopatia é leve a moderada. Os sinais e sintomas estão principalmente relacionados com a pele, com febre, sudorese noturna e perda ponderal não intencional que aparece mais tarde no curso da doença.

Manifestações da micose fungoide
Micose fungoide (costas)
Micose fungoide (costas)

Esta foto mostra manchas eritematosas nas costas de um paciente com micose fungoide.

DR P. MARAZZI/SCIENCE PHOTO LIBRARY

Micose fungoide (tronco e perna)
Micose fungoide (tronco e perna)

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Micose fungoide (nádegas)
Micose fungoide (nádegas)

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Micose fungoide (tórax)
Micose fungoide (tórax)

Pode ser difícil distinguir micose fungoide (linfoma cutâneo de células T) das dermatoses crônicas não malignas. O diagnóstico preciso só pode ser feito pela história clínica detalhada (sem progressão das lesões não malignas ao longo do tempo) e biópsia com avaliação microscópica.

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(Courtesy of Libby Edwards, MD, Charlotte, NC.) By permission of the publisher. De Banks P, et al. In Atlas of Clinical Hematology. Edited by JO Armitage. Philadelphia, Current Medicine, 2004. Disponível em www.images.md.

Micose fungoide
Micose fungoide

Esta foto mostra manchas hipopigmentadas e hiperpigmentadas.

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Micose fungoide
Micose fungoide

Esta foto mostra manchas e tumores cutâneos com ulceração.

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Micose fungoide
Micose fungoide

Esta foto mostra placas eritematosas e hiperpigmentadas.

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Micose fungoide com ulceração
Micose fungoide com ulceração

Ulcerações podem às vezes ocorrer nos pacientes com micose fungoide.

DR P. MARAZZI/SCIENCE PHOTO LIBRARY

Diagnóstico dos linfomas cutâneos de células T

  • Biópsia cutânea

  • Esfregaço de sangue periférico e citometria de fluxo para células T malignas circulantes (células de Sézary)

  • Para o estadiamento, biópsia de linfonodos e TC de tórax, abdome e pelve ou FDG-PET (tomografia por emissão de pósitrons com fluordesoxiglicose)

O diagnóstico se baseia na biópsia da pele, mas a histologia pode ser equívoca no início da doença devido a quantidades insuficientes de células de linfoma. As células malignas são células T CD4+ maduras que perderam os marcadores comuns das células T como CD7.

Microabcessos de Pautrier característicos podem estar presentes na epiderme em biópsias cutâneas por saca-bocado. Em alguns casos, uma fase leucêmica é caracterizada pelo aparecimento de células T neoplásicas com núcleos em forma de serpentina no sangue periférico (células de Sézary). Essas células T malignas no sangue podem ser detectadas em um esfregaço de rotina corado por Wright ou por citometria de fluxo.

Após o diagnóstico, o estágio é determinado para guiar o tratamento. O sistema de estadiamento ISCL/EORTC (International Society of Cutaneous Lymphomas/European Organization of Research and Treatment of Cancer) comumente utilizado incorpora achados do exame físico, resultados histopatológicos e resultados dos exames de imagem (1, 2).

Referências sobre diagnóstico

  1. 1. Olsen EA: Evaluation, diagnosis, and staging of cutaneous lymphoma. Dermatol Clin 33(4):643–654, 2015. doi: 10.1016/j.det.2015.06.001

  2. 2. Willemze R, Cerroni L, Kempf W, et al: The 2018 update of the WHO-EORTC classification for primary cutaneous lymphomas. Blood133 (16):1703–1714, 2019. doi: 10.1182/blood-2018-11-881268

Tratamento dos linfomas cutâneos de células T

  • Radioterapia, quimioterapia tópica, fototerapia ou corticoides tópicos

  • Às vezes, quimioterapia sistêmica

O tratamento da síndrome de Sézary e da micose fungoide é semelhante. Os tratamentos podem ser divididos em

  • Direcionado para a pele (quimioterapia, fototerapia, retinoides, radioterapia tópicas)

  • Terapias sistêmicas — quimioterapia tradicional e outras terapias-alvo (p. ex., inibidores de histona desacetilase [HDAC], brentuximabe vedotina)

Os pacientes são tratados por uma equipe de dermatologistas, radiologistas oncológicos e especialistas em hematologia/oncologia.

Utilizar inicialmente tratamento direcionado para a pele, que costumam ser eficazes durante anos. À medida que as lesões se tornam mais resistentes, ou em pacientes com síndrome de Sézary, utilizam-se terapias sistêmicas. As lesões podem infectar e o médico sempre deve considerar uma causa infecciosa em caso de piora da lesão cutânea.

Radioterapia com feixe de elétrons, na qual a maior parte da energia é absorvida nos primeiros 5 a 10 mm de tecido, e a mostarda nitrogenada tópica provaram ser muito eficazes. Placas também podem ser tratadas com luz solar e corticoides tópicos.

O tratamento sistêmico com alquilantes e antagonistas do ácido fólico promove regressão tumoral transitória, mas o tratamento sistêmico é utilizado principalmente quando outras terapias falharam, após uma recidiva ou em pacientes com doença extranodal ou extracutânea documentada. Os inibidores de HDAC (vorinostate, romidepsina, panobinostate, belinostate), que induzem a interrupção do ciclo celular do câncer, bem como a diferenciação e a morte celular, podem ser administrados por via IV ou oral. A fotoferese extracorpórea com um fármaco quimiossensível mostrou sucesso modesto. O brentuximabe vedotina é um medicamento conjugado anticorpo-medicamento com atividade contra linfoma de Hodgkin e linfoma cutâneo de células T (1).

Referência sobre tratamento

1. Prince HM, Kim YH, Horwitz SM, et al: Brentuximab vedotin or physician's choice in CD30-positive cutaneous T-cell lymphoma (ALCANZA): an international, open-label, randomised, phase 3, multicentre trial. Lancet 2017 Aug 5;390(10094):555-566. doi: 10.1016/S0140-6736(17)31266-7

Prognóstico para linfomas cutâneos de células T

A maioria dos pacientes tem > 50 anos no momento do diagnóstico. As taxas de sobrevida variam acentuadamente dependendo do estágio no diagnóstico. Os pacientes em tratamento para doença do estágio IA têm uma expectativa de vida análoga àquela de pessoas semelhantes sem micose fungoide. Em um estudo, os pacientes com doença em estágio II (10% ou com mais envolvimento cutâneo) tiveram uma sobrevida relativa de 67% em 10 anos, em comparação com 41% para aqueles com doença em estágio IV (eritroderma generalizado) (1).

Referência sobre prognóstico

1. Zackheim HS, Amin S, Kashani-Sabet M, McMillan A: Prognosis in cutaneous T-cell lymphoma by skin stage: long-term survival in 489 patients. J Am Acad Dermatol 1999 Mar;40(3):418-25. doi: 10.1016/s0190-9622(99)70491-3

Informações adicionais

O seguinte é um recurso em inglês que fornece informações para médicos e suporte e informações para pacientes. O Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Leukemia & Lymphoma Society: Resources for Healthcare Professionals: provides educational resources for health care practitioners as well as information for patient referrals

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