Como avaliar reflexos

PorGeorge Newman, MD, PhD, Albert Einstein Medical Center
Revisado/Corrigido: ago. 2023
Visão Educação para o paciente

    (Ver também Introdução ao exame neurológico.)

    Reflexos tendinosos profundos

    O teste do reflexo tendíneo profundo (estiramento muscular) avalia as fibras aferentes, as conexões sinápticas no interior da medula espinal, as fibras motoras e as vias motoras descendentes. As lesões de neurônio motor inferior (p. ex., aquelas que afetam o corno cinzento anterior, a raiz do nervo espinal ou o próprio nervo) diminuem os reflexos; as de neurônio motor superior (isto é, distúrbios não relacionados com os núcleos da base localizados em qualquer local acima do corno anterior) aumentam os reflexos.

    Os reflexos testados incluem:

    • Bíceps (inervados por C5 e C6)

    • Braquial radial (por C6)

    • Tríceps (por C7)

    • Flexores dos dedos distais (por C8)

    • Reflexo do joelho no quadríceps (por L4)

    • Reflexo do tornozelo (por S1)

    • Reflexo da mandíbula (pelo 5º par craniano)

    Qualquer aumento ou diminuição assimétrica é notado. A manobra de Jendrassik pode ser utilizada para aumentar os reflexos hipoativos: o paciente engancha uma mão na outra e puxa-as vigorosamente para separá-las, enquanto um tendão no membro inferior é percutido. Alternativamente, o paciente pode apertar os joelhos juntos, enquanto o tendão do membro superior é testado.

    Reflexos patológicos

    Reflexos patológicos (p. ex., de Babinski, de Chaddock, de Oppenheim, de protrusão labial, fundamental, de preensão) são regressões a respostas primitivas e indicam perda de inibição cortical.

    Os reflexos de Babinski, Chaddock e Oppenheim avaliam a resposta plantar. A resposta reflexa normal é a flexão do hálux. A resposta anormal é mais lenta e consiste em extensão do hálux com abdução dos outros dedos, geralmente acompanhadas de flexão do joelho e do quadril. Esta reação é de um reflexo de origem espinal e indica desinibição espinal decorrente de lesão do neurônio motor superior.

    Para o reflexo de Babinski, percute-se firmemente a região lateral da planta do calcanhar até o metatarso do pé com um abaixador de língua ou com a extremidade de um martelo. O estímulo deve ser doloroso, mas sem causar lesão; essa percussão não deve ser muito medial, pois pode induzir inadvertidamente um reflexo primitivo de preensão. Em pacientes sensíveis, a resposta reflexa pode ser mascarada pela súbita retirada voluntária do pé, o que não é um problema ao se testar os reflexos de Chaddock e Oppenheim.

    Para o reflexo de Chaddock, percute-se a margem lateral do pé, do maléolo lateral ao dedo mínimo, com um instrumento rombo.

    Para o reflexo de Oppenheim, a tíbia anterior é firmemente percutida, da patela ao pé, com o “nó” de um dedo da mão. O teste de Oppenheim pode ser utilizado com o teste de Babinski ou o teste de Chaddock para tornar o afastamento menos provável.

    O reflexo orbicular dos lábios (snout reflex, reflexo do focinho) ocorre quando, à percussão dos lábios com um abaixador de língua, há enrugamento dos lábios.

    O reflexo de voracidade ou pontos cardeais quando há movimento da boca no sentido do estímulo ao tocar-se a região lateral do lábio superior.

    O reflexo de preensão está presente quando se toca delicadamente a palma do paciente, leva-se a flexão dos dedos e a segurar o dedo do examinador.

    O reflexo palmomental está presente quando a percussão da palma da mão provoca contração do músculo mentual ipsolateral no lábio inferior.

    O sinal de Hoffmann está presente se uma pancada leve na unha do polegar e indicador elicita flexão involuntária da falange distal dos dedos médio e anular.

    O sinal de Tromner é semelhante ao sinal de Hoffman, mas o dedo é puxado para cima.

    Para o sinal glabelar, a fronte é percutida para induzir o piscar; normalmente, os primeiros 5 estímulos provocam um piscar único, depois há fadiga do reflexo. O piscar persiste em pacientes com disfunção cerebral difusa.

    Outros reflexos

    O teste para o clônus (alternâncias rápidas e rítmicas de relaxamento e contração muscular causadas pelo estiramento passivo e súbito do tendão) é realizado pela dorsiflexão rápida do pé no tornozelo. O clônus sustentado sugere lesão de neurônio motor superior.

    O reflexo abdominal superficial é provocado tocando levemente os 4 quadrantes do abdome perto do umbigo com um swab ou ferramenta semelhante. A resposta normal é a contração dos músculos abdominais fazendo o umbigo se mover para a área sendo tocada. Recomenda-se tocar a pele no umbigo para descartar a possibilidade de que o movimento foi causado pela pele que é puxada pelo toque. A diminuição desse reflexo pode decorrer de lesão central, obesidade ou flacidez de músculos esqueléticos (p. ex., após a gestação); sua ausência pode indicar lesão da medula espinal.

    Os reflexos de esfíncter podem ser testados durante o exame retal. Para avaliar o tônus do esfíncter (níveis das raízes de S2-S4), o examinador insere o dedo enluvado no reto e solicita ao paciente que aperte. Alternativamente, quando a região perianal é tocada levemente com algodão, a resposta normal é a contração do esfíncter externo do ânus (reflexo da prega anal). O tônus retal torna-se frouxo tipicamente em pacientes com lesão espinal aguda ou síndrome da cauda equina.

    Para o reflexo bulboesponjoso, que testa os níveis S2-S4, o dorso do pênis é percutido; a resposta normal é a contração do músculo bulboesponjoso.

    Para o reflexo cremastérico, que testa o nível L2, a área é percutida para cima na porção média da coxa 7,6 cm abaixo da prega inguinal; a resposta normal é a elevação do testículo ipsolateral.

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