Sistema de antígeno leucocitário humano (HLA)

PorPeter J. Delves, PhD, University College London, London, UK
Revisado/Corrigido: fev. 2024
Visão Educação para o paciente

    O sistema de antígenos leucocitários humanos (HLA), o complexo principal de histocompatibilidade (CPH) em seres humanos, é uma parte importante do sistema imunológico e é controlado por genes localizados no cromossomo 6. Ele codifica moléculas na superfície das células especializadas na apresentação de peptídeos antigênicos ao receptor de células T (TCR) nas células T. (Ver também Visão geral do sistema imunitário.)

    As moléculas do CPH que apresentam antígeno dividem-se em 2 classes principais:

    • Moléculas do CPH classe I

    • Moléculas do CPH classe II

    Moléculas do CPH classe I estão presentes como glicoproteínas de transmembrana na superfície de todas as células nucleadas. As moléculas intactas classe I são formadas por uma cadeia alfa pesada ligada a uma molécula de beta-2 microglobulina. A cadeia pesada consiste em 2 domínios de ligação de peptídeo, um domínio tipo immunoglobulina (Ig) e uma região que atravessa a membrana com um prolongamento no citoplasma. A cadeia pesada da molécula de classe I é codificada por genes nos lócus HLA-A, HLA-B ou HLA-C. Células T que expressam moléculas CD8 reagem às moléculas do CPH classe I. Essas células T geralmente têm uma função citotóxica, sendo necessário que sejam capazes de reconhecer qualquer célula infectada. Como todas as células nucleadas expressam moléculas CPH da classe I, todas as células infectadas podem agir como uma CAA para células T CD8 (CD8 se liga na região não polimórfica da cadeia pesada de classe I). Alguns genes do CPH classe I codificam moléculas de CPH não clássicas (isto é, que não se ligam a CD8), como HLA-G (que pode ter um papel na proteção do feto contra a resposta imunitária materna) e HLA-E (que apresenta peptídeos para certos receptores nas células NK).

    As moléculas CPH da classe II geralmente encontram-se nas células apresentadoras de antígenos “profissionais” (células B, macrófagos, células dendríticas e células de Langerhans), no epitélio tímico e ativadas nas células T ativadas (mas não nas células T em repouso); a maior parte das células nucleadas podem ser induzidas a expressar CPH da classe II pelo IFN gama. [As moléculas CPH da classe II são formadas de 2 cadeias polipeptídicas [alfa (α) e beta (β)]; cada cadeia possui um domínio de ligação do peptídeo, um domínio tipo imunoglobulina e uma região que atravessa a membrana com prolongamento no citoplasma. Ambas as cadeias polipeptídicas são codificadas por genes nas regiões HLA-DP, HLA-DQ ou HLA-DR do cromossomo 6. As células T reativas às moléculas classe II expressam CD4 e são geralmente células T auxiliares.

    A região do CPH classe III do genoma codifica várias moléculas importantes na inflamação, incluindo os componentes do complemento C2, C4 e fator B; o fator de necrose tumoral (TNF)-alfa; a linfotoxina; e 3 proteínas de choque térmico, que ajudam a proteger as células do estresse e a manter a homeostase proteica.

    Antígenos individuais serologicamente definidos codificados pelo lócus dos genes da classe I e II no sistema HLA recebem designações padronizadas (p. ex., HLA-A1, HLA-B5, HLA-C1 e HLA-DR1). Os alelos definidos por sequenciamento de DNA são nomeados para identificar o gene, seguido por um asterisco, os números que representam o grupo de alelos (frequentemente o antígeno serológico codificado por esse alelo), um dois pontos e os números que representam o alelo específico (p. ex., A*02:01, DRB1*01:03, DQA1*01:02). Às vezes, acrescentam-se números adicionais depois de um dois pontos para identificar variantes alélicas que codificam proteínas idênticas, e depois de outro dois pontos, adicionam-se outros números para denotar os polimorfismos em introns ou nas regiões não traduzidas 5 ou 3 (p. ex., A*02:101:01:02, DRB1*03:01:01:02).

    Moléculas do CPH da classe I e II são os antígenos mais imunogênicos encontrados durante a rejeição de um transplante alogênico. O determinante mais forte é o HLA-DR, seguido pelo HLA-B e -A. Esses 3 loci são, portanto, os mais importantes a serem correlacionados entre doador e receptor.

    Algumas doenças autoimunes estão ligadas a alelos de HLA específicos — por exemplo,

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