Abscesso retrofaríngeo

PorAlan G. Cheng, MD, Stanford University
Revisado/Corrigido: fev. 2024
Visão Educação para o paciente

Abscessos retrofaríngeos, mais comuns entre as crianças, podem causar dor de garganta, febre, rigidez de nuca e estridor. O diagnóstico requer radiografia lateral do pescoço ou TC. O tratamento é com entubação traqueal, drenagem e antibióticos.

Abscessos retrofaríngeos desenvolvem-se nos gânglios linfáticos retrofaríngeos, na parede posterior da faringe, adjacente às vértebras. Eles podem ser precedidos por infecção de faringe, seios paranasais, adenoides ou nariz. Eles ocorrem, principalmente, em crianças de 1 a 8 anos porque os gânglios linfáticos retrofaríngeos começam a recuar por volta dos 4 a 5 anos de idade. Entretanto, adultos podem desenvolver infecção após ingestão de corpo estranho ou após instrumentação. Microrganismos comuns incluem bactérias aeróbias (Streptococcus e Staphylococcus spp) e anaeróbias (Bacteroides e Fusobacterium) e, ocasionalmente, em adultos e crianças, HIV e as bactérias que causam tuberculose.

As consequências mais graves compreendem obstrução das vias respiratórias, choque séptico, ruptura do abscesso em via respiratória, resultando em pneumonia por aspiração ou asfixia, mediastinite, ruptura de carótida e tromboflebite supurativa das veias jugulares internas (síndrome de Lemierre).

Sinais e sintomas do abscesso retrofaríngeo

Em crianças, os sinais e sintomas de abcesso retrofaríngeo geralmente são precedidos por infecção do trato respiratório superior aguda e, em adultos, por ingestão de corpo estranho ou instrumentação. As crianças podem ter odinofagia, disfagia, febre, linfadenopatia cervical, rigidez de nuca, estridor, dispneia, roncos ou respiração ruidosa, e torcicolo.

Adultos podem ter faringite grave, mas, com menos frequência, têm estridor.

A parede posterior da faringe pode estar abaulada para um dos lados.

Diagnóstico do abscesso retrofaríngeo

  • Radiografia

  • TC

Suspeita-se de abcesso retrofaríngeo em pacientes com dor de garganta inexplicável grave, dor de garganta e rigidez na nuca, estridor ou respiração ruidosa.

Radiografia lateral do pescoço, realizada em hiperextensão máxima possível, durante a inspiração e sem rotação, pode mostrar alargamento focal dos tecidos moles pré-vertebrais, inversão da lordose cervical normal, ar nos tecidos moles pré-vertebrais ou erosão do corpo vertebral adjacente.

TC pode ajudar a diagnosticar casos duvidosos, diferenciar a celulite de um abscesso e avaliar a extensão do abscesso.

Tratamento do abscesso retrofaríngeo

  • Antibióticos (p. ex., ceftriaxona, clindamicina)

  • Com frequência, drenagem cirúrgica

Os esquemas de tratamento baseiam-se principalmente em dados observacionais (1). Antibióticos, tais como cefalosporina de amplo espectro (p. ex., ceftriaxona 50 a 75 mg/kg, IV uma vez ao dia) ou clindamicina, podem ocasionalmente ser suficientes para as crianças com abscessos pequenos. Entretanto, a maioria dos pacientes também requer a drenagem através de incisão na parede posterior da faringe. A entubação endotraqueal é realizada no pré-operatório e mantida durante 24 a 48 horas.

Referência sobre o tratamento

  1. 1. Cheng J, Elden L: Children with deep space neck infections: Our experience with 178 children. Otolaryngol Head Neck Surg 148 (6):1037–1042, 2013. doi: 10.1177/0194599813482292 Epub 2013 Mar 21.

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