Caquexia é a perda de tecido adiposo e músculo ósseo. Ocorre em muitas doenças e é comum em vários tipos de câncer quando seu controle falha. Alguns tipos de câncer, em especial pancreático e gástrico, produzem caquexia profunda. Alguns pacientes podem perder 10% a 20% do seu peso corporal. A caquexia neoplásica tende a ser pior nos homens do que nas mulheres. Nem o tamanho do tumor nem a extensão da doença metastática predizem o grau de caquexia. A caquexia está associada a menor resposta à quimioterapia (ver também Visão geral do tratamento do câncer), a mau estado funcional e a maior mortalidade.
A causa primária da caquexia não é anorexia ou diminuição das calorias ingeridas. Em vez disso, essa complexa condição metabólica envolve maior catabolismo tecidual; a síntese da proteína diminui e a degradação aumenta. A caquexia é mediada por certas citocinas, em especial fator de necrose tumoral alfa, IL-1b e IL-6, que são produzidas pelas células tumorais e células hospedeiras na massa tecidual. A via trifosfato (ATP)-ubiquitina-protease da adenosina também desempenha um papel.
A caquexia é fácil de reconhecer, primariamente pela perda ponderal, que é mais aparente com a perda da massa muscular temporal na face (fácies hipocrática). A perda de gordura subcutânea aumenta o risco de lesões por pressão nas proeminências ósseas.
Tratamento da caquexia no câncer
O tratamento envolve o tratamento do câncer. Se for possível controlar ou curar o câncer, haverá resolução da caquexia.
A alimentação adequada à idade, tamanho e nível de atividade do paciente deve ser um alvo; suplementação calórica adicional costuma ser administrada. Qualquer ganho de peso geralmente é mínimo, sendo provável que seja tecido adiposo e não muscular. Nem função nem prognóstico melhoram. Assim, para a maioria dos pacientes com câncer e caquexia não se recomenda suplementação altamente calórica. O suporte nutricional parenteral não é indicado, exceto em situações nas quais a ingestão oral da nutrição adequada for impossível.
Outras intervenções podem, às vezes, mitigar a caquexia e melhorar a função. Os corticoides aumentam o apetite e podem melhorar o senso de bem-estar, mas fazem pouco para aumentar o peso corporal. Igualmente, os canabinoides (maconha, dronabinol) aumentam o apetite, mas não o peso. Progestógenos, como acetato de megestrol 40 mg 2 ou 3 vezes ao dia, podem aumentar o apetite e o peso corporal. Os fármacos para alterar produção e efeitos de citocinas estão sendo estudadas. Às vezes, administram-se esteroides androgênicos, mas estes podem afetar adversamente a função hepática e potencialmente acelerar o crescimento de alguns tipos de câncer, como o câncer de próstata.