Doenças tromboembólicas durante a gravidez

PorLara A. Friel, MD, PhD, University of Texas Health Medical School at Houston, McGovern Medical School
Revisado/Corrigido: nov. 2023
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Nos distúrbios tromboembólicos, ocorre a formação de coágulos (trombos) nos vasos sanguíneos. Uma embolia é um coágulo que viaja através da corrente sanguínea e obstrui uma artéria. Nos Estados Unidos, distúrbios tromboembólicos são uma causa frequente de morte em gestantes.

O risco de apresentar um distúrbio tromboembólico permanece alto durante aproximadamente seis semanas após o parto. A maioria das complicações devido a coágulos resulta de lesões que ocorrem durante o parto. O risco é muito maior após um parto por cesariana do que após um parto normal.

Os coágulos formam-se geralmente nas veias superficiais das pernas como tromboflebite ou nas veias profundas das pernas como a trombose venosa profunda. Os sintomas podem incluir inchaço nas pernas, dor e sensibilidade. Talvez seja difícil reconhecer esses sintomas porque a gravidez pode causar sintomas parecidos. A gravidade dos sintomas não se correlaciona com a gravidade da doença.

A trombose venosa profunda também pode ocorrer na pelve. É possível que ela não cause sintomas nesse local. Um coágulo pode se mover a partir das veias profundas das pernas ou da pélvis para os pulmões. Lá, o coágulo pode bloquear uma ou mais artérias do pulmão (pulmonares). Esse bloqueio, denominado embolia pulmonar, pode ser fatal.

Diagnóstico

  • Ultrassonografia com Doppler para verificar se existem coágulos sanguíneos nas pernas

  • Tomografia computadorizada para verificar a presença de embolia pulmonar

Se a mulher apresentar sintomas que indiquem um coágulo durante a gravidez, uma ultrassonografia Doppler (usada para avaliar o fluxo de sangue) pode ser feita para verificar se há coágulos nas pernas.

Se houver suspeita de embolia pulmonar, uma tomografia computadorizada (TC) pode ser realizada para confirmar o diagnóstico. A TC é realizada após a injeção de um meio de contraste radiopaco (que pode ser visto na radiografia) na veia. O meio de contraste flui pelos vasos sanguíneos e os realça. Este procedimento é chamado angiotomografia. Ela é relativamente segura durante a gravidez.

Se o diagnóstico de embolia pulmonar for ainda incerto, um processo chamado angiografia pulmonar (a angiografia dos vasos sanguíneos do pulmão) é necessário. Para este procedimento, o médico faz uma pequena incisão, geralmente na virilha ou, às vezes, no braço. Ele então insere um tubo fino e flexível (cateter) e o empurra através dos vasos sanguíneos até chegar a uma artéria no pulmão. Assim que o cateter estiver no lugar, um meio de contraste radiopaco é injetado através do cateter para delinear os vasos sanguíneos nos pulmões e radiografias são tiradas depois disso.

Depois que o bebê nasce, é possível que o médico utilize uma TC com um meio de contraste para verificar se a mulher tem coágulos sanguíneos na pelve.

Tratamento

  • Heparina durante a gravidez e, às vezes, após o parto

  • Varfarina após o parto

Se for detectado um coágulo, a administração de heparina (um anticoagulante, ou seja, um medicamento que inibe a coagulação sanguínea) é iniciada o mais rápido possível. A heparina pode ser injetada em uma veia (via intravenosa) ou sob a pele (via subcutânea). A heparina não atravessa a placenta e não pode prejudicar o feto. O tratamento prossegue durante 3 a 6 meses. Então, para prevenir uma nova formação de coágulos, o médico administra heparina na mulher a uma dose mais baixa durante, no mínimo, seis semanas após o parto. Durante este período, o risco de coágulos continua alto.

A varfarina pode ser usada em vez de heparina após o parto, principalmente se a mulher precisar de tratamento por mais de seis a oito semanas. A varfarina pode ser tomada por via oral, tem um risco menor de causar complicações que a heparina e pode ser tomada por mulheres que estão amamentando.

Mulheres que já tiveram um coágulo sanguíneo durante uma gravidez anterior ou que já tiveram algum distúrbio tromboembólico antes de engravidar possivelmente receberão heparina durante todas as gestações e por seis semanas após o parto para prevenir a formação de coágulos sanguíneos.

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