Mielopatia associada a HTLV-1/Paraparesia espástica tropical (HTLV-1–Associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis [HAM/TSP])

PorMichael Rubin, MDCM, New York Presbyterian Hospital-Cornell Medical Center
Revisado/Corrigido: fev. 2023
VISUALIZAR A VERSÃO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

A mielopatia associada a HTLV-1/paraparesia espástica tropical é uma doença da medula espinhal que progride lentamente causada pelo vírus T linfotrópico 1 humano (HTLV-1).

  • O vírus é transmitido por contato sexual, uso de drogas injetáveis recreativas, exposição a sangue ou amamentação.

  • As pessoas têm fraqueza, rigidez e espasmos musculares nas pernas, dificultando o caminhar e muitas têm incontinência urinária.

  • Para diagnosticar a doença, os médicos perguntam sobre possível exposição ao vírus e fazem uma ressonância magnética, punção lombar e exames de sangue.

  • Medicamentos, como corticosteroides, podem ajudar e os espasmos são tratados com relaxantes musculares.

(Consulte também Considerações gerais sobre doenças da medula espinhal).

O vírus T-linfotrópico humano 1 (HTLV-1) é semelhante ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que causa a AIDS. O vírus HTLV-1 pode causar certos tipos de leucemia e linfoma (câncer dos glóbulos brancos).

O HTLV-1 é transmitido através de

  • Contato sexual

  • Uso de drogas recreativas, que são injetadas na veia (intravenosa) ou na pele

  • Exposição a sangue

Pode ser transmitido à criança por amamentação. É mais comum entre profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis, pessoas que fazem hemodiálise e pessoas de determinadas áreas, como aquelas próximas ao equador, sul do Japão e partes da América do Sul.

A mielopatia associada a HTLV-1/paraparesia espástica tropical é mais comum em mulheres, pois a infecção por HTLV-1 é mais comum em mulheres.

Uma doença semelhante pode resultar de infecção com um vírus similar, o vírus T-linfotrópico humano 2 (HTLV-2).

O vírus se aloja nos glóbulos brancos. Como o líquido cefalorraquidiano contém glóbulos brancos, a medula espinhal pode ser lesionada. A medula espinhal desenvolve uma inflamação que danifica as vias que transportam sinais de dor, temperatura e posição pela medula espinhal subindo até o cérebro, bem como as vias que transportam sinais do cérebro pela medula espinhal descendo até os músculos. A lesão é mais decorrente da reação do corpo ao vírus que ao vírus em si.

Sintomas de HAM/TSP

Em pessoas com mielopatia associada a HTLV-1/paraparesia espástica tropical, os músculos em ambas as pernas enfraquecem gradualmente. As pessoas podem ser incapazes de sentir vibrações nos pés e perdem o sentido de onde estão os seus pés e dedos (sentido de posição). Os membros ficam rígidos, os movimentos entorpecidos e a marcha se torna difícil. São comuns os espasmos musculares nas pernas, como também a perda de controle da bexiga (incontinência urinária) e urgência urinária (uma necessidade urgente de urinar).

A HAM/TSP geralmente progride ao longo de vários anos.

Diagnóstico de HAM/TSP

  • Avaliação do risco de a pessoa estar exposta

  • Ressonância magnética

  • Testes para verificação do vírus no sangue e líquido cefalorraquidiano

O diagnóstico de mielopatia associada a HTLV-1/paraparesia espástica tropical geralmente se baseia em sintomas e no risco de a pessoa ter sido exposta ao vírus. Por isso, o médico pode perguntar à pessoa sobre os seus contatos sexuais e uso de drogas recreativas injetáveis.

São testadas amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano, obtidas por uma punção lombar (punção na coluna vertebral), para detectar se há partes do vírus ou anticorpos ao vírus. (Os anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico para defesa contra um agressor específico, incluindo o HTLV-1.)

É realizado um exame de ressonância magnética (RM) do cérebro e da medula espinhal para verificar se há anormalidades, como degeneração da medula espinhal e para verificar outras possíveis causas dos sintomas.

Tratamento de HAM/TSP

  • Interferon alfa, imunoglobulina e/ou corticosteroides

  • Para espasmos, relaxantes musculares

Nenhum tratamento tem se mostrado eficaz para mielopatia associada a HTLV-1/paraparesia espástica tropical. No entanto, alfa-interferon (um medicamento antiviral), imunoglobulina intravenosa e/ou corticosteroides podem retardar a progressão da doença e reduzir a incapacidade e a dor. (Imunoglobulina intravenosa é uma solução purificada de anticorpos obtida de doadores voluntários e administrada na veia.)

Os espasmos podem ser tratados com relaxantes musculares, como baclofeno ou tizanidina.

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
ANDROID iOS
ANDROID iOS
ANDROID iOS