O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por ansiedade e preocupação excessivas em relação a diversas atividades ou eventos que estão presentes na maioria dos dias por ≥ 6 meses. A causa é desconhecida, embora comumente coexista em pessoas com transtorno por uso de álcool, depressão maior ou transtorno de pânico. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos. O tratamento inclui intervenções comportamentais, psicoterapia, farmacoterapia ou uma combinação.
(Ver também Visão geral dos transtornos de ansiedade.)
O transtorno de ansiedade generalizada é comum, afetando cerca de 3% da população em período de 1 ano (1). A prevalência é duas vezes mais alta em mulheres do que em homens (2). A doença começa mais comumente na idade adulta, mas pode começar em qualquer idade. TAG normalmente tem um curso crônico e muitas vezes está associado a incapacidade funcional significativa e diminuição da qualidade de vida.
Referências gerais
1. Kessler RC, Chiu WT, Demler O, et al: Prevalence, severity, and comorbidity of 12-month DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry 62(6):617-627, 2005. doi: 10.1001/archpsyc.62.6.617
2. Wittchen HU, Zhao S, Kessler RC, et al: DSM-III-R generalized anxiety disorder in the National Comorbidity Survey. Arch Gen Psychiatry 1994 May;51(5):355-64. doi: 10.1001/archpsyc.1994.03950050015002
Sinais e sintomas do transtorno de ansiedade generalizada
Pessoas com TAG têm múltiplas preocupações, que muitas vezes mudam ao longo do tempo. Preocupações comuns incluem responsabilidades no trabalho e com a família, dinheiro, saúde, segurança, reparos no carro e pequenas tarefas. No TAG, o foco é não uma única preocupação (p. ex., ficar envergonhado em público ou contaminar-se).
O curso é geralmente flutuante e crônico. Muitos pacientes com transtorno da ansiedade generalizado têm um ou mais transtornos psiquiátricos comórbidos, incluindo depressão maior, fobia específica, transtorno de ansiedade sociall ou transtorno de pânico.
Diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada
Critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, Texto Revisado (DSM-5-TR)
Para atender aos critérios do DSM-5-TR para TAG, os pacientes devem ter ansiedade excessiva e se preocupar com várias atividades ou eventos (p. ex., desempenho no trabalho e na escola), ocorrendo mais dias do que não por ≥ 6 meses (1).
As preocupações são difíceis de controlar e devem estar associadas a ≥ 3 dos seguintes:
Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão
Cansaço fácil
Dificuldade de concentração
Irritabilidade
Tensão muscular
Alterações do sono
Os sintomas psiquiátricos devem causar sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional. Além disso, a ansiedade e a preocupação não podem ser explicadas pelo uso de substâncias ou uma doença clínica geral (p. ex., hipertireoidismo).
Referência sobre diagnóstico
1. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edition,Text Revision DSM-5-TR. American Psychiatric Association Publishing, Washington, DC, pp 250-254.
Tratamento do transtorno de ansiedade generalizada
Antidepressivos (p. ex., inibidores seletivos da recaptação de serotonina, inibidores da recaptação serotoninanoradrenalina)
Ansiolíticos (p. ex., benzodiazepinas, buspirona)
Psicoterapia
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (p. ex., escitalopram) e inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (p. ex., venlafaxina) são os medicamentos preferidos para o tratamento do TAG; seu uso tipicamente resulta em melhora dos sintomas após 3 a 6 semanas (1). Doses pequenas a moderadas de benzodiazepinas podem reduzir imediatamente a ansiedade, embora o uso prolongado possa levar à dependência física, bem como a uma variedade de efeitos adversos, incluindo sedação, esquecimento e falta de jeito. Uma estratégia para o tratamento do TAG envolve começar com uma benzodiazepina e um antidepressivo, bem como psicoterapia focada na ansiedade (ver tabela Benzodiazepinas). Então, quando os sintomas do TAG se tornarem gerenciáveis, a benzodiazepina pode ser diminuída e continuada em uma dose mais baixa, ou descontinuada.
A buspirona também pode ser eficaz (2), embora normalmente os sintomas não diminuam sem que a dose seja gradualmente aumentada até o intervalo superior recomendado.
A psicoterapia, geralmente terapia cognitivo-comportamental, pode ser tanto de suporte como focada em problemas (3). Técnicas de relaxamento, hipnose, exercícios, melhora do sono e redução do estresse com base na atenção plena também costumam ser úteis.
Benzodiazepinas
Medicamento | Início/duração |
|---|---|
Alprazolam* | Intermediário/intermediária |
Clordiazepóxido* | Intermediário/longa |
Clonazepam | Intermediário/longa |
Clorazepato* | Rápido/longa |
Diazepam* | Rápido/longa |
Lorazepam | Intermediário/curta |
Oxazepam | Lento/curta |
Em geral, esses medicamentos não são recomendados para idosos devido à meia-vida longa. | |
Referências sobre o tratamento
1. Kapczinski F, Lima MS, Souza JS, et al: Antidepressants for generalized anxiety disorder. Cochrane Database Syst Rev (2):CD003592, 2003. doi: 10.1002/14651858.CD003592
2. Chessick CA, Allen MH, Thase M, et al: Azapirones for generalized anxiety disorder. Cochrane Database Syst Rev 2006(3):CD006115, 2006. doi: 10.1002/14651858.CD006115
3. DeMartini J, Patel G, Fancher TL: Generalized anxiety disorder. Ann Intern Med 170(7):ITC49-ITC64, 2019. doi: 10.7326/AITC201904020
