Síndrome de hiper-IgD

(Síndrome de hiperimunoglobulinemia D; HIDS)

PorGil Amarilyo, MD, Tel Aviv University
Revisado/Corrigido: dez. 2023
Visão Educação para o paciente

É uma disfunção autossômica recessiva rara, com crises de febre e calafrios que começam no primeiro ano de vida. Os episódios geralmente duram 4 a 6 dias e podem ser desencadeados por estresse fisiológico, como vacinação ou pequenos traumas. O diagnóstico é principalmente clínico e inclui níveis séricos de IgD e, possivelmente, exame genético. Os ataques podem ser evitados com inibidores da interleucina-1 (anacinra ou canakinumabe). Os sintomas podem ser tratados com AINEs, corticoides e anacinra.

É uma síndrome que se concentra em crianças com ascendência holandesa, francesa e outros países do Norte Europeu e é causada por

  • Mutações no gene que codifica a mevalonato quinase, uma enzima importante para a síntese do colesterol (1)

A redução da síntese de proteínas isoprenilatadas anti-inflamatórias pode explicar a clínica.

Referência geral

  1. 1. Touitou I: Twists and turns of the genetic story of mevalonate kinase-associated diseases: A review. Genes Dis 9(4):1000-1007, 2021. doi: 10.1016/j.gendis.2021.05.002

Sinais e sintomas da síndrome de hiper-IgD

Além de calafrios e febre, os sintomas da síndrome de hiper-IgD podem ser dor abdominal, vômitos ou diarreia, cefaleia e artralgias.

Os sinais da síndrome de hiper-IgD incluem linfadenopatia cervical, hepatoesplenomegalia, artrite, lesões cutâneas (exantema maculopapular, petéquias ou púrpura) e ulceração aftosa orogenital.

Diagnóstico da síndrome de hiper-IgD

  • Avaliação clínica

  • Algumas vezes exames genéticos

O diagnóstico da síndrome de hiper-IgD baseia-se na anamnese, exame físico e níveis séricos de IgD > 100 mg/L; mas até 20% dos pacientes têm níveis sérico normais de IgD. Anormalidades inespecíficas incluem leucocitose e reagentes de fase aguda elevados durante a febre; ácido mevalônico urinário elevado durante as crises ajuda a confirmar o diagnóstico (1).

Exames genéticos estão disponíveis, mas são negativos em 25% dos pacientes.

Referência sobre diagnóstico

  1. 1. Gattorno M, Hofer M, Federici S, et al; Eurofever Registry and the Paediatric Rheumatology International Trials Organisation (PRINTO): Classification criteria for autoinflammatory recurrent fevers. Ann Rheum Dis 78(8):1025–1032, 2019. doi: 10.1136/annrheumdis-2019-215048

Tratamento da síndrome de hiper-IgD

  • Para prevenir os ataques, anacinra ou canacinumabe

  • Pode-se tratar os sintomas com AINEs, corticoides e anacinra

Foi comprovado que anacinra uma vez ao dia e canacinumabe a cada 4 semanas previnem ataques (1). O paciente pode ter surtos recorrentes de febre durante toda a vida, embora, após a adolescência, a tendência seja de diminuição da frequência dos episódios.

AINEs e corticoides podem ajudar a aliviar os sintomas durante as crises. O tratamento sob demanda dos sintomas com anacinra tem sido utilizado com sucesso (2).

Referências sobre o tratamento

  1. 1. De Benedetti F, Gattorno M, Anton J, et al: Canakinumab for the treatment of autoinflammatory recurrent fever syndromes. N Engl J Med 378(20):1908–1919, 2018. doi: 10.1056/NEJMoa1706314

  2. 2. Ashari KA, Hausmann JS, Dedeoglu F: Update on autoinflammatory diseases. Curr Opin Rheumatol 35(5):285-292, 2023. doi: 10.1097/BOR.0000000000000953

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