Relações dose-resposta

PorAbimbola Farinde, PhD, PharmD, Columbia Southern University, Orange Beach, AL
Revisado/Corrigido: nov. 2023
Visão Educação para o paciente

    Independentemente de como ocorre o efeito do fármaco — por ligação ou interação química —, sua concentração no local da ação controla o efeito. Entretanto, a resposta à concentração pode ser complexa e é frequentemente não linear. A relação entre a dose do fármaco, independentemente da via utilizada, e sua concentração no nível celular é ainda mais complexa (ver Farmacocinética).

    Os dados da relação dose-reposta são classicamente esquematizados com a dose ou a função da dose (p. ex., log10 dose) no eixo x e o efeito medido (resposta) no eixo y. Como o efeito do fármaco é uma função da dose e do tempo, esse gráfico representa a relação dose-resposta independente do tempo. Os efeitos medidos são frequentemente registrados como máximos no momento do efeito de pico ou sob condições estáveis (p. ex., durante infusão intravenosa contínua). Os efeitos do fármaco podem ser quantificados em nível de molécula, célula, tecido, órgão, sistema orgânico ou organismo.

    Uma curva dose-resposta hipotética tem características que variam (ver figura Curva dose-resposta hipotética):

    • Potência (localização da curva ao longo do eixo das doses)

    • Eficácia máxima ou efeito platô (maior resposta alcançável)

    • Inclinação (mudança na resposta por dose unitária)

    Curva dose-resposta hipotética

    Também existe variação biológica (variação da magnitude da resposta entre os indivíduos testados na mesma população em que se administrou a mesma dose do fármaco). A esquematização das curvas de dose-resposta dos fármacos estudados sob condições idênticas pode ajudar a comparar o perfil farmacológico dos fármacos (ver figura Comparação das curvas dose-respostas para os fármacos X, Y e Z). Essa informação ajuda a determinar a dose necessária para alcançar o efeito desejado.

    Comparação das curvas dose-resposta para os fármacos X, Y e Z

    O fármaco X possui maior atividade biológica por equivalente de dose, sendo, portanto, mais potente do que os fármacos Y ou Z. Os fármacos X e Z possuem a mesma eficácia, indicada pela resposta máxima alcançada (efeito teto). O fármaco Y é mais potente do que o Z, porém sua eficácia máxima é menor.

    Dose-resposta, que envolve princípios de farmacocinética e de farmacodinâmica, determina a dose necessária e a frequência, bem como o índice terapêutico para o fármaco na população. O índice terapêutico (razão da concentração tóxica mínima para a concentração média efetiva) ajuda a determinar a eficácia e a segurança do fármaco. O aumento da dose de um fármaco com um índice terapêutico pequeno amplia a probabilidade de toxicidade e/ou ineficácia do fármaco. Entretanto, essas características diferem entre as populações e são influenciadas por fatores relacionados com os pacientes (p. ex., gestação, idade, função orgânica p. ex, RFG estimado]).

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