Moraxella catarrhalis é um diplococo Gram-negativo que causa infecções na orelha e nos tratos respiratórios superior e inferior. O diagnóstico é por cultura. O tratamento é com antibióticos.
M. catarrhalis (anteriormente conhecido como Branhamella catarrhalis) é uma causa frequente de
Otite média em crianças
Sinusite aguda e crônica em todas as faixas etárias
Infecção do trato respiratório inferior em adultos com doença pulmonar crônica
É a segunda causa bacteriana mais comum de exacerbações de DPOC depois de Haemophilus influenzae não tipificável.
A pneumonia por M. catarrhalis assemelha-se à pneumonia pneumocócica.
Bacteremia é rara e pode estar associada a infecção valvar protética (1).
A prevalência da colonização por M. catarrhalis depende da idade. Cerca de 1 a 5% dos adultos sadios possuem colonização do trato respiratório superior (2, 3). A colonização nasofaríngea por M. catarrhalis é comum na infância, pode ser maior nos meses de inverno e é um fator de risco de a otite média aguda; a colonização prévia é um fator de risco de otite média recorrente. Existem diferenças regionais nas taxas de colonização. Condições de vida, higiene, fatores ambientais (p. ex., tabagismo no domicílio), características genéticas da população, fatores do hospedeiro e outros aspectos podem contribuir para essas diferenças.
O microrganismo parece disseminar-se por contiguidade do seu local de colonização no trato respiratório para o local de infecção.
Não há qualquer característica patognomônica de M. catarrhalis para otite média, sinusite aguda ou crônica, ou pneumonia. Na doença do trato respiratório inferior, os pacientes têm aumento da tosse, produção de escarro purulento e aumento da dispneia.
Esses diplococos Gram-negativos assemelham-se à Neisseria spp, mas podem ser prontamente diferenciados por meio de testes bioquímicos de rotina após isolamento em cultura de líquidos ou tecidos infectados.
Praticamente todas as cepas agora produzem beta-lactamase. O microrganismo costuma ser sensível a betalactâmicos/inibidores da betalactamase (p. ex., amoxicilina/clavulanato), sulfametoxazol, tetraciclinas, cefalosporinas de segunda ou terceira geração, aminoglicosídeos, macrolídeos, fluoroquinolonas e pleuromutilina (p. ex., lefamulina).
Referências
1. Sano N, Matsunaga S, Akiyama T, et al. Moraxella catarrhalis bacteraemia associated with prosthetic vascular graft infection. J Med Microbiol. 2010;59(Pt 2):245-250. doi:10.1099/jmm.0.013789-0
2. Ejlertsen T, Thisted E, Ebbesen F, Olesen B, Renneberg J. Branhamella catarrhalis in children and adults. A study of prevalence, time of colonisation, and association with upper and lower respiratory tract infections. J Infect. 1994;29(1):23-31. doi:10.1016/s0163-4453(94)94979-4
3. Vaneechoutte M, Verschraegen G, Claeys G, Weise B, Van den Abeele AM. Respiratory tract carrier rates of Moraxella (Branhamella) catarrhalis in adults and children and interpretation of the isolation of M. catarrhalis from sputum. J Clin Microbiol. 1990;28(12):2674-2680. doi:10.1128/jcm.28.12.2674-2680.1990