Como aplicar uma tala em forma de U no tornozelo

(Tala com estribo para tornozelo)

PorJames Y. McCue, MD, University of Washington
Revisado/Corrigido: nov. 2023
Visão Educação para o paciente

Talas de em forma de U (ou talas em pinça de açúcar) são dispositivos rígidos que fixam e mantêm a estabilidade da articulação do tornozelo.

As talas em forma de U são também utilizadas para lesões que se beneficiam da imobilização, mas não requerem imobilização gessada. Estribos ou botas infláveis com imobilizador comercial podem ser uma alternativa quando disponíveis. Ao contrário das botas, as talas em forma de U para tornozelo geralmente não são projetadas para suportar peso ou serem removidas e recolocadas (p. ex., para tomar banho).

Indicações para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Entorses de tornozelo que não devem receber descarga de peso e requerem imobilização

  • Fraturas estáveis da tíbia ou fíbula distal (p. ex., fraturas minimamente deslocadas da tíbia e/ou fíbula distal)

  • Luxações de tornozelo (para estabilização pós-redução)

  • Fraturas selecionadas do pé

Contraindicações para uma tala em forma de U no tornozelo

Contraindicações absolutas

  • Nenhum

Contraindicações relativas

  • Lesões (p. ex., certas entorses leves) nas quais é desejável amplitude de movimento e/ou descarga de peso imediatas

  • Lesões em que um aparelho gessado é preferível*

* As indicações para talas em forma de U (ou talas em pinça de açúcar) e aparelhos gessados se sobrepõem. (Ver também Visão geral das fraturas.) Mesmo que o aparelho gessado seja o tratamento definitivo, o uso de talas no período inicial costuma ser recomendado para algumas lesões até o edema diminuir. Um aparelho gessado pode ser preferível quando a descarga de peso é permitida e quando o tornozelo claramente precisa ser imobilizado por > 1 a 2 semanas. Por outro lado, botas de imobilização podem ser preferíveis quando a imobilização contínua não é necessária.

Complicações de uma tala em forma de U no tornozelo

  • Lesão térmica (causada pela reação exotérmica do endurecimento do gesso ou da fibra de vidro)

  • Pressão excessiva que causa feridas e/ou lesão isquêmica na pele

  • Síndrome compartimental

Equipamento para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Meia de malha (suficiente para cobrir a área abaixo da cabeça da fíbula até o médio-pé)

  • Acolchoamento em rolo (p. ex., rolo de algodão) com 10 cm de largura

  • Material para tala de gesso ou fibra de vidro * de 10 a 15 cm de largura (largo o suficiente para alcançar do calcâneo às cabeças metatarsais na superfície plantar e longo o suficiente para alcançar de um lado abaixo da cabeça da fíbula ao redor do calcâneo até o outro lado)

  • Faixa elástica, geralmente de 10 cm de largura

  • Água morna e balde ou outro recipiente para água

  • Luvas não estéreis

* Em geral, fibra de vidro e gesso estão disponíveis como rolos de camada única, mas também existem comercialmente rolos de talas pré-construídas que incluem múltiplas camadas de fibra de vidro/gesso, bem como acolchoamento.

Considerações adicionais para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Como cobre ambos os maléolos, uma tala de pinça de açúcar (em forma de U) pode limitar a inversão e a eversão melhor do que uma tala posterior isolada.

  • Uma tala de pinça de açúcar (em forma de U) também pode impedir a flexão plantar de forma mais eficaz do que uma tala posterior.

  • Para lesões instáveis do tornozelo, a combinação de estribo e tala posterior pode aumentar a estabilidade da imobilização.

Anatomia relevante para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Maléolo lateral

  • Maléolo medial

  • Calcâneo

Ossos do tornozelo e do pé

Posicionamento para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Colocar o paciente em decúbito ventral com o joelho flexionado ou sentado com a perna suspensa sobre a borda do leito.

  • Manter o cotovelo flexionado a 90°.

Descrição passo a passo para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Utilizar luvas não estéreis.

  • Administrar analgesia adequada ao paciente.

  • Aplicar meia de malha, cobrindo a área da cabeça da fíbula até o médio-pé.

  • Medir o material para tala que deve estender-se do aspecto lateral da perna logo abaixo da cabeça da fíbula até e em torno da superfície plantar do pé e de volta pelo aspecto medial da perna formando uma tala em U.

  • Enrolar o acolchoamento do médio-pé ao meio da panturrilha, ligeiramente além da área a ser coberta pela tala; sobrepor cada volta com a metade da largura da próxima volta do acolchoamento e rasgar periodicamente o invólucro ao longo de sua largura para diminuir o risco de compressão tecidual.

  • Aplainar o acolchoamento conforme necessário.

  • Considerar acolchoamento adicional sobre proeminências ósseas (p. ex., maléolos medial e lateral).

  • Determinar um comprimento de material de imobilização que corresponda à distância do aspecto lateral da perna no meio da panturrilha até e em torno da superfície plantar do pé e de volta pelo aspecto medial da perna formando uma tala em U — deve ser um pouco mais curta do que a área coberta pelo acolchoamento.

  • Desenrolar o material de imobilização adicional, dobrando-o para frente e para trás ao longo do comprimento determinado até que haja 6 a 8 camadas (ao utilizar rolos de camada única).

  • Imergir o material de imobilização em água morna.

  • Espremer o excesso de água da tala (não torcer o gesso).

  • Aplicar o material da tala ao aspecto lateral da perna no meio da panturrilha até e em torno da superfície plantar do pé e de volta pelo aspecto medial da perna.

  • Aplainar o material de imobilização utilizando as palmas das mãos, em vez de as pontas dos dedos, de modo a corresponder aos contornos do braço para preencher os interstícios no material.

  • Enrolar a faixa elástica sobre o material da tala de distal para proximal e sobrepor cada volta com a metade da largura da próxima volta da faixa elástica.

  • Dobrar a meia de malha e o acolchoamento de algodão extras de modo a cobrir todo o material de imobilização.

  • Manter o tornozelo a 90° de flexão até que a tala endureça.

  • Verificar a condição neurovascular distal (p. ex., preenchimento capilar, sensibilidade distal, flexão e extensão dos dígitos).

Cuidados posteriores para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Fornecer muletas e treinamento sobre seu uso.

  • Aconselhar o paciente a manter a tala seca.

  • Organizar ou recomendar acompanhamento apropriado.

  • Pedir que o paciente eleve o membro lesionado acima do nível do coração enquanto sentado ou em repouso.

  • Instruir o paciente a procurar cuidados adicionais se a dor não puder ser controlada em casa com medicamentos orais.

  • Instruir o paciente acerca dos sintomas da síndrome compartimental.

Alertas e erros comuns para fazer uma tala em forma de U no tornozelo

  • Não enrolar o acolchoamento ou faixa elástica muito apertado (isto é, não deve causar reentrâncias na pele).

  • Certificar-se de não deixar a articulação do tornozelo relaxar enquanto a tala endurece, de modo que o ângulo de flexão de 90° seja perdido.

  • Evitar contornos irregulares e áreas de potencial pressão utilizando as palmas das mãos, em vez de as pontas dos dedos, para aplainar o material de imobilização.

Recomendações e sugestões para uma tala em forma de U no tornozelo

  • Ao utilizar talas de gesso, água morna torna o endurecimento do gesso mais rápido; portanto, se não estiver familiarizado com a confecção de talas, utilizar água mais fria para aumentar o tempo de trabalho.

  • Como a reação exotérmica entre a fibra de vidro e a água produz mais calor do que ocorre entre o gesso e a água, prefere-se a água morna para a fibra de vidro.

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