Como aplicar um gesso

PorJames Y. McCue, MD, University of Washington
Revisado/Corrigido: jun. 2021
Visão Educação para o paciente

Um aparelho gessado é um envoltório composto em camadas rígido e circunferencial que visa imobilizar uma parte do corpo, geralmente uma extremidade.

Em geral, os aparelhos gessados consistem em uma meia de tecido delicado sobre a pele, sobre a qual é colocada uma camada de acolchoamento macio, seguido por múltiplas camadas finas de tiras flexíveis de gesso ou fibra de vidro que endurecem rapidamente por meio de uma reação química. Utiliza-se material semelhante para fazer talas, que diferem principalmente pelo fato de que o gesso ou a fibra de vidro não é circunferencial.

Indicações

Contraindicações

  • Fraturas ou luxações agudas com risco de inchaço contínuo que podem causar isquemia no caso de uso de um aparelho gessado circunferencial

Complicações

Equipamento

  • Meia de malha

  • Acolchoamento em rolo

  • Material de moldagem de gesso ou fibra de vidro*

  • Tesouras resistentes

  • Água morna e um balde ou outro recipiente

  • Luvas não estéreis

*Ambos os materiais são igualmente eficazes. A escolha depende da disponibilidade e preferência do paciente. O comprimento e a largura dos materiais dependem da parte do corpo que está sendo imobilizada.

Posicionamento

  • Deve-se posicionar o paciente de modo que o profissional tenha acesso apropriado à extremidade afetada.

  • O membro deve ser posicionado no alinhamento anatômico apropriado para a lesão específica.

Descrição passo a passo do procedimento

  • Escolher uma meia com a largura apropriada; deve ser bem ajustada, mas não tão apertada a ponto de comprometer a circulação.

  • Aplicar a meia de modo a cobrir a área (p. ex., cerca de 5 a 10 cm) proximal e distal à área na qual se prevê que o gesso será aplicado.

  • Colocar várias camadas de acolchoamento (em geral, 4).

  • Enrolar o acolchoamento circunferencialmente, de distal para proximal, sobre a área à qual o gesso será aplicado. Sobrepor cada volta com a metade da largura da próxima volta do acolchoamento.

  • Aplicar o acolchoamento firmemente contra a pele, sem folgas, mas não tão firmemente a ponto de comprometer a circulação.

  • Estender o acolchoamento ligeiramente (cerca de 3 a 5 cm) além da extensão prevista para o aparelho gessado ou de fibra de vidro.

  • Aplainar o acolchoamento conforme necessário para evitar protrusões e irregularidades. Arrancar parte do acolchoamento em áreas com rugas para alisá-lo.

  • Adicionar pedaços separados, não circunferenciais, do acolchoamento ao redor e sobre proeminências ósseas.

  • Imergir o material de moldagem em água morna.

  • Espremer delicadamente o excesso de água do material do aparelho gessado. Não torcer o gesso.

  • Aplicar o material de moldagem circunferencialmente de distal a proximal, sobrepondo cada volta com a metade da largura da próxima volta do material de moldagem.

  • Usar 4 a 6 camadas de gesso (em geral) ou 2 a 4 camadas de fibra de vidro para assegurar resistência adequada do aparelho gessado.

  • Alisar o material de moldagem de modo a preencher os interstícios no gesso, unir as camadas e adaptar-se ao contorno do membro. Usar as palmas das mãos, em vez de as pontas dos dedos, para evitar a formação de reentrâncias que predispõem o paciente a úlceras de pressão.

  • Dobrar a meia de volta antes de adicionar a última camada do material de moldagem. Reposicionar a meia de malha e o acolchoamento de algodão extras nas margens externas do gesso para cobrir as bordas do material de imobilização e criar uma margem lisa; fixar a meia de malha sob o material gessado.

  • Manter a parte do corpo na posição desejada até que o material moldado endureça o suficiente, geralmente 10 a 15 minutos.

  • Verificar o estado neurovascular distal (p. ex., preenchimento capilar e sensibilidade distal) e função motora.

Cuidados posteriores

  • Determinar o estado funcional (p. ex., descarga de peso no membro inferior ou uso do membro superior).

  • Organizar ou recomendar acompanhamento apropriado.

  • Fornecer instruções verbais e por escrito.

  • Aconselhar o paciente a elevar o membro imobilizado acima do nível do coração sempre que possível nas primeiras 48 a 72 horas.

  • Aconselhar o paciente a manter o gesso limpo e seco.

  • Aconselhar o paciente a não inserir nenhum objeto entre a pele e o aparelho gessado e a não cortá-lo.

  • Instruir o paciente a observar complicações como piora da dor, parestesia/dormência e alteração na coloração dos dígitos.

  • Instruir o paciente a procurar cuidados adicionais se a dor não puder ser controlada em casa com fármacos orais.

Alertas e erros comuns

  • A aplicação de um aparelho gessado a um membro inchado pode predispor à síndrome compartimental; pode-se utilizar uma tala por vários dias até o edema diminuir.

  • À medida que o edema desaparece ao longo de uma ou duas semanas após a confecção do aparelho gessado, fraturas reduzidas podem desalinhar; assegurar acompanhamento atento.

  • Aplicar um acolchoamento de algodão muito apertado pode predispor à síndrome compartimental.

  • Não aplainar o gesso o suficiente fará com que as camadas não se liguem corretamente, produzindo um aparelho gessado fraco.

  • O posicionamento inadequado da articulação durante a imobilização pode causar contraturas.

Recomendações e sugestões

  • Usar água mais fria aumenta o tempo necessário para o endurecimento do material, o que dará ao profissional mais tempo para moldar o aparelho gessado.

  • Considerar a adição de acolchoamento extra sobre proeminências ósseas para minimizar o risco de úlceras de pressão.

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